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Advogado diz que não teme inquérito e que busca no escritório foi ilegal

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O advogado Alexandre Nogueira negou que as atividades seu escritório tenham relação com a Operação Gangrena, deflagrada ontem (21) pela Polícia Federal, que investiga fraude nos contratos de licitação da Secretaria de Saúde do Piauí (Sesapi) do pregão 096/2009. Alexandre era chefe da Central de Licitações em 2009.

Fotos: Evelin Santos / Cidadeverde.com

"Não se trata em nada das minhas atividades de advogado. Estou aqui para dizer que não inventamos nenhuma licitação. A Sesapi dizia qual era a necessidade e nós realizávamos a licitação, mas não há ilegalidade na forma que fizemos. Não houve usurpação de documentos referentes àquela licitação. Foi feita uma audiência pública e todos que tiveram interesse tiveram acesso ao edital. Não há o que falar em benefício de A, B ou C", explicou o advogado.


Ontem, a Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão no escritório de Alexandre Nogueira, à procura de documentos referentes ao pregão investigado. Do local foram levados o computador pessoal do advogado e um computador do escritório. "Fui de livre e espontânea vontade prestar esclarecimentos na sede da PF. Estou disposto a ajudar nas investigações porque não tenho nada a esconder. Repito que não há relação entre meu escritório e a investigação. Nenhum outro profissional do meu escritório foi ouvido", enfatizou Alexandre.


Alexandre respondeu às declarações do controlador geral do Estado, Antonio Filho, de que os medicamentos adquiridos através do pregão fraudulento passaram a custar até 2000% a mais. "Esse realinhamento de preços foi depois que eu fui exonerado do cargo. Assim que acabou a licitação eu fui exonerado, em dezembro de 2009. Toda a polêmica aconteceu no primeiro semestre de 2010. Além disso, o realinhamento é responsabilidade de quem contrata, não da Central de Licitações", defendeu-se.


O advogado considerou que a investigação da PF é necessária. "Existem falhas, pelo que eu entendi, que precisam ser investigadas. Não tenho problemas em dizer isso porque não dizem respeito a mim. Só que as investigações poderiam ter sido melhor conduzidas. O escritório de advocacia não é um lugar qualquer, é inviolável. A ação foi um desrespeito às prerrogativas do advogado, foi totalmente ilegal", disse.


Alexandre ressaltou que não entrará com ação contra o Estado ou contra a Polícia Federal. Ele comentou que a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) foi acionada e se manifestará oficialmente sobre o assunto. "Farei o que for possível para ajudar nas investigações, apesar do ocorrido. Não tenho medo de ser investigado. Vamos enfrentar essa situação com paciência e calma".

Jordana Cury
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