Em entrevista exclusiva para a TV Cidade Verde, o candidato a presidente da República pelo PSDB, Aécio Neves, anunciou que cortará pela metade os ministérios do Governo Federal, caso eleito em outubro, e prometeu mais atenção para regiões mais carentes do Brasil, inclusive o Piauí.
Aécio Neves esteve em Teresina (PI) na última sexta-feira (27) para a convenção que homologou a candidatura de Antônio José de Moraes Souza Filho (PMDB) a governador, tendo o ex-prefeito Sílvio Mendes (PSDB) como vice. Durante a passagem pela capital, ele conversou com Nadja Rodrigues e revelou querer rever a jornalista já eleito, trazendo boas notícias para o Piauí.
"Vamos dar um salto de desenvolvimento nessa região", disse Aécio Neves, afirmando que o Piauí foi alijado do planejamento do Governo Federal. "Enquato sobra dinheiro para fazermos portos em outras partes do mundo, como em Cuba, nós vemos a obra do porto de Luís Correia (PI) ser adiada".
Além de uma gestão que una a ética com decência e eficiência, Aécio Neves apontou a necessidade de um olhar especial para o Nordeste, com um olhar de "mutirão" para áreas como segurança, saúde e infraestrutura.
O tucano ainda apontou ser preciso ter visões mais generosas com os municípios brasileiros. "Eu sei o que acontece hoje com a maioria dos municípios do Piauí, que mal tem condições de pagar a folha no final do mês".
Sobre o apoio do PMDB no Piauí, partido nacionalmente coligado com o PT, Aécio Neves demonstoru alegria. "Esse salto que o Brasil vai dar terá um foco fundamental no Nordeste do Brasil. Eu passo a ter um compromisso muito maior com o Piauí", disse o candidato, criticando os últimos governos. "Parece que o Piauí não fazia parte do mapa brasileiro".
Fim de ministérios
Sem citar quais pastas devem acabar, Aécio Neves anunciou que pretende reduzir o número de ministérios do Governo Federal.
"Vou acabar com metade desses 39 ministérios que estão aí no primeiro dia de governo", declarou para a TV Cidade Verde. Segundo ele, o projeto ainda está sendo redesenhado.
A proposta de corte de pastas veio acompanhada de críticas à presidente Dilma Rousseff. Aécio Neves acusou a atual gestão de "distribuir cargos públicos em troca de alguns segundos na propaganda eleitoral".
Críticas nacionais
Economista, governador por dois mandatos em Minas Gerais, Aécio Neves defendeu que o país precisa de um tempo novo. "O Brasil na verdade cansou. Cansou de tantas promessas que jamais são cumpridas. Um governo que não planeja. O Brasil é hoje o país que menos cresce na nossa região. A inflação está de volta, nossos indicadores sociais pararam de melhorar", criticou.
Aécio Neves também criticou a perda de metade do valor da Petrobras e a forma como o Governo Federal tem lidado com a epidemia de crack no país. Segundo o tucano, apesar de ser responsável pelo controle das fronteiras, por onde chega a droga, só 13% do recurso de segurança pública no País é de investimento da União.
Bolsa Família continua
"De forma muito clara: o Bolsa Família continua e vai ser ampliado", afirmou Aécio Neves, defendendo que o benefício seja transformado em programa de Estado, para que continue ativo independentemente da gestão.
Sobre o programa social, o tucano elogiou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por ter ampliado a ação de bolsas criadas em gestão do PSDB.
Campanha
Perguntado se sua expectativa é de uma eleição no segundo turno, Aécio Neves respondeu que a princípio sim, apesar da luta contra "o governo, com uma máquina muito forte". "Mas o governo não tem mais coração, a alma das pessoas", afirmou. "Minutos não levarão aquilo que é essencial para se vencer: a emoção das pessoas".
"Eu faço essa campanha com muita serenidade. Não tenho a expectativa de chegar agora a frente. Tenho a expectativa de vencer, sim. (...) O estímulo como recebi em Teresina, para mim é muito motivador".
Fábio Lima
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