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Anistiados do Piauí ganham R$ 100 mil de indenização da União

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A Comissão de Anistia do Ministério da Justiça julgou seis processos de piauienses perseguidos durante a Ditadura Militar. Em audiência na tarde desta sexta-feira (30), na Câmara Municipal de Teresina, todas as vítimas do Regime foram anistiadas, com pedido formal de desculpas do Estado e, em alguns casos, indenizações de até R$ 100 mil.

Fotos: Yala Sena

O principal anistiado foi Clidenor Freitas, médico e um dos fundadores do extindo sanatório Meduna. Seu filho José Francisco Dutra Neto ocupou a tribuna para relatar a perseguição sofrida pelo pai entre 1964 e 1974. A indenização aprovada foi de 300 salários mínimos, equivalente a R$ 186,6 mil. No entanto, o teto para indenização é de R$ 100 mil, independente do resultado do julgamento.

Familiares presentes relataram o drama vivido por seus entes queridos em cada julgamento. A comissão, composta por seis pessoas, julga cada caso e concede a anistia, seguida de um pedido formal de desculpas feito pela presidente da comissao, Suely Aparecida Bellato, em nome do Estado. Além disso, a comissão entregava flores aos parentes dos anistiados.


Antonio Damião de Sousa, membro fundador do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Campo Maior, foi preso por 33 dias, foi torturado e perseguido. Sua família foi indenizada em 180 salários mínimos.

O servidor público José Gomes Pereira, preso em Crateús/CE 1964 com o "Grupo dos 11", trabalhava na Rffsa e sofreu perseguição até 1966. Ele foi anistiado e sua família indenizada em 90 salários minimos.



O advogado Manoel Lopes Veloso, também segundo tenente militar, foi preso no 25º Batalhão de Caçadores em 1963. Filiado ao PCdoB, participou de vários manifestos e foi impedido de assumir uma vaga de promotor de Justiça sob alegação de ser "subversivo". A procuradora Maria Amélia Silva Cavalcante falou em sua defesa e do quanto sofreu na época. A indenização foi estipulada em 270 salários mínimos.

Tiago José da Silva foi preso em 2 de julho de 1964. Sofreu oito anos de perseguição. Natural de Parnaíba, foi acusado de "práticas subversivas" e teve 21 filhos. Sua família foi indenizada em 240 salários mínimos.


José Sebastião Rios de Moura, artista plástico piauiense, foi o único anistiado político pós morte que não teve reparação econômica. Ele participou do sequestro de um embaixador que foi trocado por 20 presos políticos. Foi professor da Universidade de Brasília e aderiu à luta armada. Acabou preso e morto em 1965.



Yala Sena (flash da Câmara)
Fábio Lima (da Redação)
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