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Câmera flagra carros antes de morte de funcionário do Hemopi; Veja vídeo

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A Polícia Civil divulgou hoje, 22, o vídeo com imagens do veículo dirigido por Lucas Pinto de Sousa Amâncio, 19 anos, que se envolveu no acidente culminando na morte do funcionário do Hemopi, Raimundo Mesquita na semana passada.  As imagens foram feitas pelo Guardião Eletrônico localizado na Avenida Dom Severino momentos antes do acidente na Alameda Parnaíba e mostram três veículos cruzando a ponte entre 5h e 6h.


O delegado geral James Guerra, conta que o vídeo poderá ajudar nas investigações porque mesmo não mostrando o acidente, através dele os peritos poderão calcular a velocidade empregada e o percurso feito pelos veículos. “O vídeo pode explicar a dinâmica dos fatos: se os condutores se conheciam, se vinham na mesma direção e se poderiam estar disputando um racha no momento do acidente”.

O vídeo mostra três carros descendo a ponte em alta velocidade. A câmera está voltada para a zona leste. O veículo dirigido por Lucas Amâncio é o segundo que aparece nas imagens por volta das 5h25.
 
Fotos: Evelin Santos/cidadeverde.com 

O vídeo foi entregue a Polícia Civil na sexta, 19 e ainda não foi periciado. “Sabemos que o impacto foi violento, fora da normalidade, há de se saber o que gerou a perda de controle de veículo, que pode ter sido o excesso de velocidade, uso de direção perigosa ou outra circunstância. A importância de vídeo é estabelecer a dinâmica do fato e se os outros elementos mostrados tem alguma influência no acidente. Isso tudo será usado como provas na investigação”, afirma Guerra.


James Guerra esclarece ainda que a legislação de trânsito prevê apenas homicídio culposo, quando não se tem intenção de matar e o motorista se envolve em um acidente mesmo exercendo uma conduta lícita. A pena nesses casos é considerada leve, entre 01 a 08 anos de prisão.


O acusado, Pedro Amâncio, será ouvido assim que os médicos autorizarem. Ele ainda está hospitalizado e já passou por cirurgias. “A Polícia tem dado preferência na expedição dos casos de maior repercussão, com toda a produção de provas que seja necessário”.

Se for comprovado que ele participava de um racha no momento do acidente, a pena pode ser de 06 a 27 anos.


Sobre denúncias de que todas as quintas-feiras, jovens estariam se reunindo nas proximidades da Ponte Estaiada para a disputa de racha, James Guerra disse que já existe um trabalho da Polícia Militar através do Batalhão de Trânsito em blitz pela capital, mas que a Polícia não recebeu nenhuma denúncia formal da existência desses rachas. “Há o monitoramento por meio das câmeras, o controle de trafego pelos sensores. Já existe um sistema que funciona e temos que avaliar também que nem todo caso de excesso de velocidade resulta em acidente com vítimas”.


Já nos casos onde o motorista participa de racha, dirige alcoolizado ou por longas horas, faz uso de medicamento controlado, ou dirige acima do limite permitido, a jurisprudência é outra e já não caberia mais a denominação culposa e sim o dolo, onde se tem a intenção de matar ou se assume o risco. “Nesse caso não seria aplicada a legislação de trânsito, mas sim a penal com possibilidade de ir a júri popular para se estabelecer se houve o homicídio e as circunstâncias”.

Ao ser questionado sobre o prontuário médico feito no Hospital de Urgência de Teresina (HUT) que comprova a embriaguez de Pedro Amâncio e que já estaria nas mãos da polícia, o delegado disse apenas que esse é um procedimento normal. “Existe uma recomendação do Ministério da Saúde de que todas as vítimas de trânsito sejam submetidas a exame de sangue para a avaliação do teor alcoólico. Isso é um instrumento a mais para a polícia na investigação”, afirmou o delegado geral.



Sana Moraes (especial para o cidadeverde.com)
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