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Caso Fernanda: Jornal do Piauí faz debate sobre investigações da PF

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A morte da estudante Fernanda Lages completa um ano neste sábado (25) e o prazo máximo para a Polícia Federal apresentar os resultados do inquérito se encerra no dia 25 de setembro, entretanto, ainda há a possibilidade do caso não ser desvendado.

Fotos: Evelin Santos / Cidadeverde.com

Para discutir sobre o rumo das investigações e os possíveis resultados encontrados pela PF, o Jornal do Piauí promoveu debate nesta sexta-feira, com os advogados Nazareno Thé e Gilberto Ferreira, com o presidente do Sindicato dos Policiais Civis (Sinpolpi), Cristiano Ribeiro, e com o apresentador Galego.

Avaliação do trabalho da Polícia Civil

Os convidados questionaram a eficácia do trabalho realizado pela Polícia Civil do Piauí, no momento em que o corpo foi encontrado. Para o presidente do Sinpolpi, não há dúvidas de que a polícia fez o que estava a seu alcance para desvendar o caso.


"Falam que o local do crime não foi preservado. Mas existem outros viéis, a polícia não trabalhou só na obra. Também não acredito que houve descaracterização do local do crime. A polícia tem suas deficiências, mas é lastimável alguém afirmar que não tínhamos interesse em resolver o crime", argumentou.

O sindicalista ressaltou que a Polícia Civil teve sua imagem maculada pelas acusações dos promotores Eliardo Cabral e Ubiraci Rocha. "Fomos chamados de imprestáveis, eles chegaram a indicar nomes, mas agora estão perdidos porque não têm provas", disse.

Já o advogado Gilberto Ferreira afirmou que a Polícia Civil não teve interesse em desvendar o autor do crime. "O crime aconteceu em local público, com câmeras para todos os lados. O delegado Mamede deveria ter mandado cercar a área, mas num primeiro momento, achou que se tratava de alguém pobre, de pé-inchado. Seis dias depois do crime foi que a polícia subiu e constatou que tinha sangue, quando a parede já havia sido pintada.", acusou.


Para Nazareno Thé, que é ex-delegado de polícia, a não preservação do local do crime trás consequências danosas. "Além de não serem preservadas algumas provas, o crime é de difícil solução. Não conheço o trabalho da PF, mas acho que a Polícia Civil trabalhou correto. É um raciocínio lógico, é um crime indeterminado. A perícia chegou a constatar que ela sentou na mureta, mas não sabe se ela se jogou ou se foi jogada", refletiu.

O apresentador Galego resolveu não entrar no mérito da questão. "Essa conversa fiada não dá em nada. Essa confusão da Polícia Civil com o Eliardo Cabral não vai dar em nada. Temos que focar no assassinato da jovem", disse.

Resultados da Polícia Federal

Cristiano Ribeiro afirmou que torce para que a Polícia Federal desvende o caso e apresente os suspeitos. "Mas disseram que esse crime seria facilmente resolvido e já pediram várias prorrogações e até agora não tivemos resposta", enfatizou.


Gilberto Ferreira ressaltou que este caso é parecido com outros crimes não desvendados no Estado e disse que não acredita na solução do caso. "Como uma pessoa pula do sexto andar e não quebra as pernas? Ela quebrou o crânio, isso mostra que ela foi arremessada, mas a Federal não vai elucidar nada porque as provas foram destruídas. Tenho certeza que o matador está nos ouvindo agora. A Polícia Civil não o encontrou porque não quis", julgou.

Nazareno Thé aposta que a Federal chegará ao mesmo resultado da Polícia Civil: uma morte violenta. Ele não acredita que sejam apontados os culpados do crime. "Falta algo, teria tantas opções para essa moça se suicidar. Provavelmente ninguém vai dizer que foi suicídio, mas o autor do crime ainda não foi possível de se localizar. Eu acredito que a Federal vai chegar onde a Civil chegou. Somente morte violenta. Para suicídio tá faltando provas e para homicídio também", opinou.


Nazareno acredita que o caso possa ser desvendado depois, quando o inquérito já estiver concluído. "Nada é imutável num caso complexo como este. Não conhecemos o motivo, a autoria e as circunstâncias. Pode ser que o caso não seja resolvido agora, mas pode ser resolvido antes de prescrever", completou.

O apresentador Galego foi taxativo e disse não apostar na conclusão do caso. "Acho que não vai dar em nada. Essa história de prorrogação me deixa com o pé atrás", finalizou.

Jordana Cury
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