As visitas na Central de Flagrantes de Teresina (PI) estão suspensas desde fevereiro por conta da superlotação nas três celas da delegacia. Na manhã desta segunda-feira (21), a Central contava com 56 presos e funcionários afirmam que não há transferências para presídios há cinco dias.

Policiais contaram ao Cidadeverde.com que os presos que estão nas celas ameaçam matar novos detentos caso eles sejam colocados no mesmo local. 

"Tivemos um problema com um acusado de estupro e com um rapaz que é acusado de matar um bebê. Eles foram os dois mais ameaçados nesse feriado e tivemos que isolá-los na sala de triagem, onde já existem seis pessoas no total. Não há previsão para transferências nessa segunda. A situação fica cada vez pior", declarou um plantonista, que pediu para não ser identificado. 

Na semana passada, o armeiro identificado como Miranda, 64 anos, passou mal e teve de ser socorrido pelo Samu. Ele estava em uma cela com mais de 20 detentos - onde deveriam estar seis. 

"A pressão dele subiu muito e ele sentia muita falta de ar. Foi levado ao HUT e quando retornou tivemos que colocá-lo na sala de triagem porque ele poderia morrer se voltasse para uma cela tão lotada", acrescentou outro servidor.

De acordo com policiais, as visitas estão suspensas há mais de um mês porque familiares de presos estariam trazendo ferramentas que poderiam facilitar a ocorrência de crimes dentro das celas. Quando estão agitados, os presos depredam a estrutura do local. 

Uma portaria foi baixada no dia 12 de fevereiro restringindo as visitas aos presos somente aos seus advogados. O documento define normas para o café da manhã enviado aos detentos e ainda pede ajuda. 

"Solicitamos a colaboração dos senhores advogados no sentido de esclarecerem seus clientes sobre as graves dificuldades que temos de permitir o acesso de alimentos ou de parentes de custodiados no interior desta Central", diz a portaria, assinada pelo delegado Josimar de Sousa Brito.