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Escola de Realengo realiza missa para vítimas do ataque no Rio

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A missa em homenagem às vítimas do massacre na escola Tasso da Silveira (zona oeste do Rio de Janeiro) reunia cerca de 1.500 pessoas por volta das 9h, horário em que a celebração estava prevista para começar. O número deve aumentar, já que o fluxo de pessoas chegando à escola era intenso.


A chefe da Polícia Civil do Rio, delegada Martha Rocha, já estava no local. Era esperada ainda a chegada do prefeito Eduardo Paes (PMDB) e do governador Sérgio Cabral (PMDB).




A celebração será presidida pelo arcebispo do Rio, dom Orani Tempesta, e terá a participação de bispos auxiliares e padres da região.


Alguns adolescentes que sobreviveram ao ataque do ex-aluno Wellington Menezes de Oliveira, 23, vão participar da cerimônia. Ao final da missa, será lida uma mensagem por todos que foram vítimas da tragédia.


Às 10h, horário previsto para o fim da celebração, será feito um ato com representantes de diversas religiões. Às 15h, o prefeito do Rio deve se reunir com professores e funcionários da escola.


AULAS

O retorno às aulas está previsto para a próxima segunda-feira (18). Segundo o diretor Luís Marduk, o plano era fazer um dia de "reinvenção" da escola, com a participação de todas as crianças. Agora, ele diz que a escola pretende fazer um recomeço discreto, sem grande mobilização. Apenas os alunos do 9º ano devem participar, com atividades culturais e recreativas.


Segundo Marduk, a escola já está sendo reformada, em um processo que será feito aos poucos e com a participação dos alunos.


Ao menos dez pais já pediram a transferência de seus filhos para outra escola, de acordo com o diretor. Para ele, o número é pequeno diante da dimensão da tragédia.


SIGILO

Ontem, a Justiça autorizou a quebra do sigilo eletrônico de Wellington. Após autorização judicial dada na segunda (11), a polícia já tinha iniciado a análise dos e-mails recebidos e enviados pelo atirador, além de suas conversas por meio do MSN (serviço de mensagens instantâneas da Microsoft).


A decisão de ontem atinge os registros do atirador no Google. Segundo a juíza Alessandra de Araújo Bilac de Moreira Pinto, da 42ª Vara Criminal do Rio, a única forma de prosseguir com as investigações é vasculhar os vestígios virtuais armazenados pela empresa, "para conseguir mais informações sobre Wellington, e quaisquer outras pessoas que tenham participado do fato e os motivos que o levaram a cometê-lo."


O pedido de quebra de sigilo foi feito após a polícia encontrar indícios de que o atirador participava de uma organização religiosa. Em manuscritos encontrados em sua casa, em Sepetiba (zona oeste), o atirador sugere que participa de um grupo com outras pessoas.


A polícia também trabalha com a hipótese de que as anotações sejam apenas fruto da imaginação de Wellington.


Ontem, o "Jornal Nacional", da TV Globo, divulgou vídeos feitos pelo atirador em que ele fala sobre o planejamento do crime.


"A luta pelo qual muitos irmãos no passado morreram e eu morrerei não é exclusivamente pelo o que é conhecido como bullying. A nossa luta é contra pessoas cruéis, covardes, que se aproveitam da bondade, da inocência, da fraqueza de pessoas incapazes de se defenderem", disse.


Oliveira também afirmou que visitou a escola dois dias antes do massacre e disse que tirou a barba para não chamar atenção.


MASSACRE

A tragédia ocorreu por volta das 8h30 do dia 7 de abril, após Wellington entrar na escola onde cursou o ensino fundamental e dizer que buscaria seu histórico escolar. Depois, disse que daria uma palestra e, já em uma sala de aula, começou a atirar nos alunos.


Relatos de sobreviventes afirmam que ele mirava na direção nas meninas. Uma das alunas contou aos policiais que, ao ouvir apelos para não atirar, Oliveira mirava na direção delas, tendo como alvo a cabeça.


Os policiais informaram ainda que, pelas análises preliminares, há indicações de que Oliveira treinou para executar o crime.


Durante o tiroteio, um garoto, ferido, conseguiu escapar e avisar a Polícia Militar. O policial Márcio Alexandre Alves relatou que Oliveira chegou a apontar a arma para ele quando estava na escada que dá acesso ao terceiro andar do prédio, onde alunos estavam escondidos. O policial disse ter atirado no criminoso e pedido que ele largasse a arma. Em seguida, Oliveira se matou com um tiro na cabeça.


A motivação do crime será investigada. De acordo com a polícia, o atirador usou dois revólveres e tinha muita munição. Além de colete a prova de balas, usava cinturão com armamento. Em carta (leia íntegra aqui), o criminoso fala em "perdão de Deus" e diz que quer ser enterrado ao lado de sua mãe.


Nesta terça-feira, a polícia informou que o laudo cadavérico do IML do atirador apontou característica de suicídio.


Fonte: Folha Online

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