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Clara lança 1º romance e fala ao Cidadeverde

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Passar meia hora com a jovem escritora piauiense Clara Mello, 17 anos, logo se percebe que ela é uma garota notável. Seu olhar aguçado sobre coisas imperceptíveis, suas críticas sobre política e a nova geração mostra uma adolescente que não veio ao mundo à toa.  E, não era para menos. Aos 8 anos de idade estreou nas letras com o livro “As maluquices do papai”, como ela disse, certa vez, foi um presente ao pai o humorista João Claudio Moreno.






Nove anos depois, Clara está lançando seu primeiro romance “A Casa de Isabel” – pela editora Mirabolante - e como ela antecipa a “casa é uma grande metáfora do meu coração”. No livro, ela aborda temas como a saudade, o desejo, a morte, a liberdade e o amor.


Sentada em um shopping no Botafogo, Rio de Janeiro, Clara conversou com o Cidadeverde.com e falou sobre o livro e fez revelações. Um deles é que mesmo pertencente a uma geração criticada por ser alienada e não gostar de ler, ela não concorda com esse estereótipo e é uma defensora de sua era.  Revelou também que um dos seus desejos para o final do ano é passar o reveillon com o pai no Rio. Mas, admite, brincando: “não será uma tarefa fácil”. Veja a seguir a entrevista:








Como surgiu a ideia de escrever “A Casa de Isabel”?

O livro surgiu muito naturalmente. Eu já estava cheia de ideias, de questionamentos. Eu sou assim, sempre (risos). A história acontece em um carnaval e ele foi escrito durante o carnaval. E, foi muito natural. Cada dia eu ia percebendo alguma coisa e o livro ia sendo escrito e quando eu vi ele já estava pronto (risos). A história saiu rapidinho. Então, eu fui lendo, relendo, colocando algumas coisas, e depois da inspiração, veio a transpiração que é ajeitar tudo e deixar como eu queria. Isso demorou mais tempo.


E o seu segundo livro. Por que a narrativa do romance lhe atraiu mais?

Eu sempre quis fazer um romance. Eu escrevo desde pequena. Escrevia poesia, crônicas, conto. Eu sempre queria fazer um romance, queria, mas não conseguia. Tentava e acabava deixando a história pelo meio do caminho, não conseguia. De repente esse livro surgiu tudo de forma tão natural.  Eu escrevia e não pensei que era um romance, se era um livro, o que iria ser. Fui escrevendo e o livro tem uma coisa bem interessante que é narrado por um homem e eu sou uma menina.






É um homem com alma feminina?

É um homem. Embora seja sensível ele é muito homem (risos)


O que você gosta de ler?

Eu leio de Clarice Lispector até blogs na internet. Eu adoro a Clarice, a Cecília Meireles, a Lya Luft, a Lygia Bajunga, Erico Veríssimo. Ah! tanta coisa. Eu gosto de ler tudo, tudo (risos).


Seus pais sempre estimularam a leitura. Isso lhe ajudou a despertar a escrita?

Sem dúvida. Isso é o grande motivo. Eu escrevo porque sou leitora, fundamentalmente por isso. Meus pais me incentivaram a leitura desde sempre, eles foram fundamentais. O meu pai é um apaixonado por livros, tem milhões de livros. A casa dele tem uma biblioteca maravilhosa que adoro e desde que sou muito pequena que ele me dar livros. Acho que a maioria dos livros que tenho foi ele que me deu. Isso me incentivou sem dúvida. Quem ler sente uma cosquinha para escrever, porque é inevitável.


A sua geração é batizada de “geração google” e de jovens sem interesse por nada. Você concorda com essa definição?

Eu sou uma grande defensora da minha geração (risos). Às pessoas costumam dizer que essa geração está fora da cultura. Eu acho que não. Estamos muito inseridos nesse meio cultural. A internet e a tecnologia só aproximaram a gente disso. Todo mundo agora tem um pedacinho para colocar o que escreve, o que desenha, o que toca. Eu vejo muitos músicos e muita gente que escreve colocando o que pensam na internet. Vejo muita gente fazendo arte até mesmo sem perceber. Acho que essa geração está ligada a isso.





Veja o que a mãe, Patricia Mellodi, escreveu sobre a filha: Aqui



Você se incomoda de ser uma referência como “Filha do João Claudio” e  “Filha da Patrícia Mellodi”?

Eu sempre brinco que não sou nada, mas tenho meu pedigree (risos). Isso ainda não me incomoda, porque eu não tinha feito nada que me fizesse aparecer como Clara. Eu até então era Clara filha da Patrícia Mellodi e João Cláudio. Eu ainda era muito filha. Esse é o meu primeiro projeto como Clara, como pessoa, independente da história deles. Acho que vou descobrir agora quem é Clara Mello (risos).




Lançamento


Clara Mello lançou o livro “A Casa de Isabel”  na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Na Av. Pasteur, 250, 2° andar, no bairro Urca, Salão Dourado.

Em Teresina, não tem data marcada para ser lançado, mas a previsão é fevereiro ou março de 2011. 



Conheça o blog da Clara Mello.
Clique aqui



Yala Sena
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