O CREA solicitou a interdição e faz agora uma fiscalização para apontar, em um relatório, quais foram as causas do desabamento do Shopping Rio Poty. O desabamento ocorreu pouco antes de 1h da madrugada desta quinta (11) e um operário ficou ferido. O presidente do CREA, Paulo Roberto Ferreira, estima que o prejuízo possa chegar a R$ 50 milhões.

Paulo Roberto adianta que há problemas já encontrados na estrutura que restou, o que poderá acarretar na completa demolição da obra. "Que houve erro, com certeza houve. Agora, que erro foi e quantas pessoas serão culpadas aí só um laudo para dizer. Agora, é um projeto de trás para frente. Calculo que dois ou três meses serão necessários para saber o que aconteceu. Nesse caso, vamos avaliar se foi um erro de projeto e se esse erro está em 100% da área. Saber se na hora da queda teve fissuras. Isso é que vai dizer se precisa demolir 100%. Ficou fissuras e a parte direita está meio inclinada. Não tivemos acesso ao lado esquerdo [da obra]. Vai ficar tudo isolado. Solicitamos que não entrasse mais ninguém e a obra está parada até que se saiba o risco. É prudente ninguém entrar", explicou.

Ainda de acordo com o presidente, os engenheiros responsáveis pela obra e pelo projeto serão convocados para darem explicações, colher amostras, analisar o projeto e verificar quem forneceu o concreto e o aço usado na estrutura.

Paulo Roberto não destaca a possibilidade do desabamento ter relação com a falha geológica existente entre o centro de Teresina, área próxima do rio Parnaíba, e a região da obra, área do rio Poti.

"Teresina tem esse problema na área entre rios. Temos uma falha geológica que vai da Simplício Mendes até perto da obra do shopping. É um vazio que corta Teresina entre um rio e outro. São fatores a serem estudados. Se um pilar afundar toda a estrutura vai abaixo por efeito dominó", comentou.

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Leilane Nunes