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Crea não aponta culpados, mas diz que barragem era irregular

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O Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura, e Agronomia do Piauí - CREA-PI - divulgou nesta terça-feira o laudo sobre o rompimento da barragem Algodões I, ocorrido há um ano em Cocal, norte do Piauí. Em entrevista ao vivo no Jornal do Piauí, o presidente do conselho confirmou que não há registros da obra na instituição, o que caracterizaria a mesma como clandestina. 



"É fato, e se trata de um projeto clandestino. Nas buscas que foram dadas aqui no conselho, o que se denota é que a obra não foi anotada aqui", disse o presidente José Borges Araújo, ressaltando que existe documentação de construção, fiscalização e demais procedimentos.

No entanto, a anotação de responsabilidade técnica, registro obrigatório por lei para o início da obra, não foi ao menos encontrado na busca que o CREA fez em seus documentos. "Não se pode conceber que uma obra possa ser feita sem anotação, porque não há como se cobrar do responsável", acrescentou o presidente.

A documentação registra que problemas nos anos 1990 já eram conhecidos, mas evita dizer se estes, ou o não acompanhamento correto da falha na época do incidente foram determinantes para a tragédia que matou nove pessoas. Para o CREA, aconteceu uma série de problemas que influenciaram negativamente como um todo. 

José Borges Araújo também comentou que não é função do CREA analisar projetos, e os dados do laudo, que não aponta responsáveis, será encaminhado aos órgãos competentes e os que solicitaram tal documentação, como Governo do Estado, Ministério Público, e Polícia Federal. 

O CREA ainda informou ter recebido denúncias de que barragens em José de Freitar, Itaueira, e Piracuruca apresentariam falhas. Norbelino Lira, presidente do Instituto de Desenvolvimento do Piauí - Idepi -, estava na coletiva e atestou que não existem problemas nos locais citados. 

Fábio Lima
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