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Delegada Vilma diz que crime que mais chocou foi caso do ex-jogador

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A Lei Maria da Penha foi sancionada no dia 7 de agosto de 2006 e ao longo de seis anos muita coisa mudou em relação à violência com a mulher. A delegada Vilma Alves foi entrevistada do Jornal do Piauí desta sexta-feira (3) e falou sobre os avanços não só na legislação como na conscientização das mulheres. 


“As primeiras delegacias da mulher foram inauguradas em Belo Horizonte e São Paulo em 1985. No Piauí, isso só aconteceu em 14 de julho de 1989. Não foi por mérito dos administradores, mas graças aos movimentos das mulheres que exigiram”, descreve.

Vilma conta que de lá pra cá muita coisa aconteceu. “No início era só a Delegacia da Mulher, nem a PM era parceira. Só tínhamos o apoio do Conselho Municipal da Mulher. Muitas vezes as conselheiras empurravam as mulheres para fazer a denúncia e muitas vezes elas voltavam de joelhos pedindo pra tirar a queixa. Naquele tempo elas tinham decepados a orelha, os seios, o dedo e a única punição prevista na lei ao agressor era pagar uma cesta básica e não existia punição”, relembra a delegada. 


A delegada diz ainda que um grande movimento surgiu no país inteiro no qual o Piauí também se levantou contra esse tipo de punição para os agressores. Foi quando surgiu a Lei Maria da Penha, surgida da necessidade. “A Lei só ‘pegou’ porque os movimentos de base reagiram e porque as primeiras prisões surtiram efeito. A lei vinha não só para punir mas também para amparar e proteger a mulher em todos os ângulos, inclusive tirando o agressor do lar”, avalia. 

Caso mais marcante
A delegada Vilma afirma que um dos casos mais impressionantes que já teve de atuar foi que envolveu Leoneide Ferreira, morta a facadas em 2009 pelo próprio marido, o ex-jogador de futebol Edilson Rodrigues após anos de agressões. “Ela nos pediu para não morrer. Ele a manteve em cárcere privado. Lutamos para que ela vivesse mas infelizmente ela morreu e ele fugiu por três anos, mas conseguimos prendê-lo após um trabalho de muito empenho e compromisso”, descreve. 

Internet
Vilma faz um alerta às mulheres para que elas fiquem atentas a um outro crime que está muito comum nos dias atuais: a exposição de vídeos e fotos íntimas por companheiros a fim de constranger ou ridicularizar suas parceiras. “O momento da sexualidade é eloquente, a pessoa vai às nuvens mas não pode perder a cabeça. Todo telefone tem uma câmera e um homem com raiva – e nós sabemos como os homens são sensíveis – pode fazer qualquer coisa. Não confie não, quando ele estão com raiva, podem infernizar sua vida. Faça, mas faça com cautela, não perca a sua consciência”, encerrou. 

A delegada também agradeceu o trabalho dos juízes e da Polícia Militar que atendem prontamente aos seus chamados. 

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