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Desespero: pai vai até abrigo e pede para deixar os dois filhos menores

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A cena é de cortar o coração. Um pai desesperado em frente ao abrigo Maria João de Deus, na vila Operária, tentou deixar os filhos – dois garotos, um de 12 anos e outro de 7 anos – justificando em meios a lagrimas que não tem como cuidar dos dois meninos.

Fotos: Evelin Santos

A equipe do Cidadeverde.com se deparou com o drama do pai ao visitar hoje pela manhã o abrigo que atende cerca de 40 crianças de 0 a 12 anos incompletos. Gesticulando e visivelmente emocionado, o autônomo Francisco Paulo Silva, 40 anos, tentava convencer o conselheiro tutelar Dimas Leonardo Batista a deixar os filhos no orfanato.

O pai alegava que a mãe dos garotos tem problemas mentais, que ele passava o dia trabalhando fazendo bico e os filhos, ultimamente, estavam sendo ameaçados pela mãe. “Eles passam o dia na rua, não estudam e a mãe chega a ameaça-los até com facão. Tenho o maior amor por eles, eu trabalho é para eles, e quero que eles virem gente”, falou o pai chorando.



O conselheiro Dimas Batista explicou para o pai Francisco Paulo que a responsabilidade de criar os filhos é dos pais. “Se o Estado for se responsabilizar por cada pai que chega sem condições de criar os filhos o Lar de Maria viraria um Albertão”, disse.

Sensibilizado, Dimas pediu a coordenadora do Lar Maria João de Deus que as crianças ficassem temporariamente no abrigo. A coordenadora do lar, Socorro Solano, informou que a política do orfanato neste período é de tirar as crianças do abrigo e levá-las para “padrinhos do coração” para passarem o Natal e réveillon em ceia familiar temporária.



Ficou acordado que os garotos vão ficar com uma amiga do pai neste período e o lar fará uma visita à mãe, que mora em Timon (MA), com técnica e conselho. “Timon tem conselho, abrigo e juizado, mas vamos dar um apoio e avaliar o caso, junto com as autoridades de proteção a criança e adolescentes de Timon”, disse Dimas Batista. 


Emoção

O garoto de 12 anos não se conteve e chorou bastante ao acompanhar o desespero do pai no orfanato. Abraçado ao filho, o pai tentava confortar os meninos: “Vamos consegui vencer tudo isso, não se preocupem, quero que vocês estudem e sejam gente e vou ficar pertos de vocês”, dizia o pai.

O chefe de investigação da delegacia da criança e do adolescente, Joatan Gonçalves, disse que a situação de Francisco Paulo não se enquadra para ser abrigada no lar. “A delegacia acompanhará o caso como apoio, mas a responsabilidade é das entidades de Timon”, esclareceu Joatan Gonçalves.

Flash Yala Sena
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