A economista Verônica Paraguaçu, que também participa do Fórum, analisou a planilha de custos e disse que o documento “é muito superficial e deixa dificuldades para se entender cada dado”. Um dos pontos que precisa ser melhor explicado, por exemplo, é o aumento da remunerção dos diretores do Setut, que cresceu 85% em relação ao ano passado, enquanto cobradores e motoristas receberam apenas 8% de reajuste no mesmo período. 

“É muito importante ser feita uma auditoria de item por item, pois não há um detalhamento de cada custo colocado. Ele (Marcelino Lopes) não esclareceu por exemplo, o que é o IPQE – Índice de Quilometragem por Passageiro – e nós precisamos saber”, aponta. 

Paraguassu acrescentou ainda que um leigo não consegue entender a planilha. “Falta transparência. Sabemos que está defasada a frota e o cálculo do combustível que é muito dinâmico e a gente não vê a dinamicidade nestes cálculos”, aponta. 

O vice-presidente do Setut justificou que toda empresa visa lucro e que o aumento de 85% gerou uma despesa de R$ 154 mil, que foi dividido entre as 13 empresas, um custo de R$ 12 mil para cada, dividido entre os três níveis de diretoria. “Não vejo mal nenhum nisso. Qualquer secretário de Estado ganha de R$ 4 mil a R$ 6 mil. Isso é normal”, crê. 

A economista diz que o reajuste é um dos valores repassados para diretores do Setut. Os donos das empresas ainda têm assegurados pela planilha de custos 12% de toda a receita que é gerada pelo sistema. 

O Fórum foi promovido em uma parceria da Assembleia Nacional dos Estudantes Livre (Anel) e o Ministério Público. 

Dentre as reivindicações, os estudantes querem o congelamento da tarifa e a municipalização do transporte. Leonardo Maia, representante da Anel, alega que a baixa qualidade das paradas de ônibus, o tempo de espera, a lotação e a falta de integração são argumentos suficientes para manter o preço atual da passagem.