Determinação e empreendedorismo são palavras que tem definido cada vez mais o sexo feminino no campo da economia. Comemorado no próximo dia 08 de março, o Dia Internacional da Mulher remete ao crescimento da inserção da mulher no mercado de trabalho, as conquistas alcançadas ao longo do tempo e ainda ao fortalecimento do gênero em áreas que eram ocupadas apenas por homens.
E, se antes abrir o próprio negócio era uma prática adotada pela necessidade, hoje se tornou uma vontade de empreender. É o que mostra uma pesquisa realizada pela GEM (Global Entrepreneurship Monitor), que ouviu 10 mil pessoas em 2012, e aponta que a taxa de empreendedorismo por oportunidade das mulheres subiu de 39% em 2002 para cerca de 65% em 2012.
A criação de cooperativas como forma de organização econômica tem sido um importante indicativo do aumento do empreendedorismo feminino. No Brasil, 52% dos cooperados são mulheres. Esses dados revelam que as mulheres buscam não só avançar no mercado de trabalho, mas em muitos casos unirem forças para desenvolverem suas capacidades produtivas.
A proximidade das moradias, a semelhança com a matéria-prima trabalhada e o próprio serviço oferecido são alguns dos motivos que levam mulheres de várias regiões do país e do Piauí a se organizarem em cooperativas, seguindo princípios de gestão cooperativistas em sua produção e repartindo de maneira igualitária os lucros.
Formada exclusivamente por mulheres, a Cooperativa de Nutricionistas do Piauí-Coonutri já existe a 16 anos no Estado e é prova de que aliar gestão empreendedora aos princípios cooperativistas gera resultados positivos. A cooperativa é constituída por 20 cooperadas que atuam nas áreas de Nutrição clínica, consultoria e assessoria técnica e Planejamento de Unidades de Alimentação e Nutrição, orientação nutricional em clínica de estética e academias, elaboração e implantação do Manual de boas práticas de Manipulação e Processamento de Alimentos e outros.
Para a presidente da Coonutri, Samara Soares, tanto uma cooperativa que integra homens e mulheres, ou apenas mulheres é baseada em valores de ajuda mútua, responsabilidade, igualdade e equidade. “O aspecto positivo em cooperativa exclusivamente de mulheres é ter uma equipe que compartilha idéias, experiências e conhecimentos de forma clara e eficaz, havendo assim uma maior interação, melhor ambiente de trabalho e mais segurança por estarem em um local onde todas buscam alcançar um mesmo objetivo”, explica.
A capacidade empreendedora feminina também é apontada pela presidente como alicerce para o desenvolvimento do Cooperativismo. “Essa capacidade consiste em desempenhar múltiplas funções no dia a dia e potencializar sua habilidade de lidar com grupos, suas emoções e conflitos no cotidiano, contribuindo para o equilíbrio da equipe. Mesmo não estando ligadas diretamente às cooperativas ou entidades elas são as principais responsáveis pela administração social, cultural e econômica que muitas vezes proporcionam o sustento familiar”.
“A mulher tem competência de administrar sua vida profissional e pessoal, através de suas habilidades e de um olhar holístico que faz parte da natureza feminina”, finaliza Samara Soares.
