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Especialista afirma que barragem tinha problemas há 5 anos

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Uma comissão de cinco professores do departamento de Engenharia da Universidade Federal do Piauí foram à Cocal para ver in loco os motivos do rompimento da barragem Algodões 1. Os especialistas observaram problemas graves na parede do reservatório.
 
“Nós constatamos que não houve manutenção”, afirma Manoel Coelho Soares Filho, professor da UFPI e Mestre em Hidráulica e Saneamento, integrante da comissão. Segundo ele, houve um vazamento muito grande, a água cobria a parede, o vertedouro (sangradouro) estava obstruído, há mais de cinco anos. Isso fazia com que a água ao invés de escoar pelo canal e caísse no rio, fluísse para a parede.
 
O vertedouro é uma parede mais baixa que a parede normal do reservatório por onde a água passa quando o nível da barragem está elevado. “Ele tinha capacidade para suportar até dois metros de água, mas como estava interrompido, com 30 cm, a barragem rompeu”, diz o professor.
 

 
Os especialistas também viram que há grandes fissuras no local. “Em cima da barragem há fissuras grandes de mais de cinco centímetros é preciso ainda sondar a extensão e profundidade, mas ela está muito avariada”, comenta o professor. Para ele, seria difícil reaproveitar a parede novamente como barragem pois seriam necessários muitos reparos.
 
Coelho afirma que conhece o projeto e que apenas fez uma análise visual, mas constata que pode ter havido algum problema na construção como o projeto não ter sido seguido à risca. Outros erros também podem ter acontecido antes do rompimento. “Há duas comportas do lado que não rompeu e apenas uma funcionava a outra não foi aberta”. O especialista diz ainda que apenas uma comissão como a que será formada pelo Ministério Público poderá analisar corretamente a situação. “Não é questão de isentar ou colocar a culpa em ninguém. Isso não pode se tornar uma caça às bruxas. Apenas com rigor técnico se pode ter uma explicação correta”, adverte.
 Atualizada às 10h10
Carlos Lustosa Filho
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