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Ex-jogador afirma que "demônio" mandou que matasse esposa

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Atualizada às 13h49


O ex-jogador de futebol Edilson Rodrigues dos Santos, acusado de matar a esposa em 2009, chegou a Teresina às 3h da manhã desta segunda (16).  A delegada Vilma Alves, acompanhada do delegado Daniel Pires Ferreira, da regional de Campo Maior, foram até São Paulo, estado em que o acusado foi preso, para acompanhar sua transferência. Ele trabalhava atualmente como árbitro de futebol.

Fotos: Rayldo Pereira / Cidadeverde.com


Edilson é acusado de matar a esposa Leoneide Ferreira, com 11 facadas, em setembro de 2009. Ela veio a óbito três meses depois do crime.


Durante depoimento na Delegacia da Mulher Centro, o acusado alegou que estava possuído forças malignas quando cometeu o crime.


"O mal me fez fazer muito mal com a minha mulher. Eu estava possuído por um demônio, que me deixou cego. Eu só lembro da primeira facada que eu dei do lado esquerdo. Depois disso, só ouvi ela gritar 'Não me mata, por favor' e não lembro mais de nada", afirmou Edilson.


Com muita frieza e tranquilidade, o acusado contou cada detalhe do que aconteceu no dia do crime, acrescentando, inclusive, que desde a hora que acordou ouvia vozes que mandavam procurar sua esposa.



"O capeta me falou que ela estava se embelezando para morrer bonita e foi exatamente o que aconteceu", declarou. "As pessoas não acreditam que o mal pode influenciar. Hoje, eu estou no meu espírito normal e jamais faria mal a minha mulher, mas o que eu fiz no passado foi resultado de um trabalho de bruxaria e isso eu mostrei para todo mundo. Eu subi no telhado e mostrei o trabalho: um saco com terra de cemitério, vários bichos", completou.


Para a delegada Vilma Alves, a sensação é de missão cumprida, pois a prisão era muito aguardada. "Estou de peito lavado. Essa prisão mosta que a polícia civil demora, mas traz resultados", declarou.



Ainda durante o depoimento, Edilson negou as acusações de que teria mantido a mulher sob cárcere privado e enviou uma resposta para sua cunhada, que o teria denunciado na época.


"Eu amo muito ela [cunhada]. Mas ela levantou muita mentira contra a minha pessoa", comentou. O acusado ressaltou que antes do crime era feliz com a esposa, mas afirmou que ela se prostituía.


"O espírito to mal ataca quem está livre e feliz e minha mulher era a mulher mais feliz do mundo. Nós fomos vítimas do mal. Ela mais do que eu, porque ela se prostituía. O diabo usou as pessoas para me perseguir", reafirmou.

Edilson chorou, em entrevista ao vivo para o Jornal do Piauí, ao ser perguntado sobre os filhos. "Eu cuidava muito bem deles e eles sabem disso. Dava café da manhã na boca, levava para a escola. Eu sofri muito quando estava foragido. Eu entrava no Facebook deles com outro nome e pegava as fotos deles. No quarto em que eu estava em São Paulo, eu tinha 20 fotos da minha esposa e 15 fotos dos meus filhos", disse.


Antes de ser preso, Edilson passou por quatro cidades, nos dois anos e meio em que esteve foragido. Primeiro esteve em Pedreiras (MA), São Paulo (SP), Foz do Iguaçu (PR), sendo finalmente preso em Santo André (SP).

Ainda na entrevista ao vivo, o acusado pediu perdão à sociedade pelo crime cometido. "Eu peço perdão à sociedade piauiense, a minha família e à família da minha esposa. Eu peço perdão por não ter sido forte e não ter combatido o mal".


O delegado geral James Guerra garantiu que as declarações do preso não irão alterar o processo. "Foi um crime bárbaro, sem possibilidade de defesa e o que ele disse não vai alterar nada".




Flash de Rayldo Pereira
Redação de Leilane Nunes e Jordana Cury
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