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Falsa enfermeira ia fazer festa para bebê; Polícia investiga familiares

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O delegado geral James Guerra anunciou, durante entrevista coletiva à imprensa, que a Polícia Civil irá investigar a participação de outras pessoas no sequestro do bebê de dois dias da maternidade do hospital do bairro Satélite que aconteceu nesta segunda-feira (4). A acusada, Débora Santos, 34 anos, se disfarçou de enfermeira e foi presa à noite no bairro Aeroporto. Ela alegou que praticou o crime porque havia sofrido aborto há quatro meses e precisava de outra criança para substituir seu filho e tentar não perder o marido.


“A polícia agiu muito rapidamente, isso mostra a qualidade do trabalho da Polícia Civil. Mas os hospitais precisam de uma medida de segurança mais efetiva. Câmeras de segurança e um controle de frequência são medidas simples que muita vezes não possuem qualquer custo”, descreve.


James acrescentou que o inquérito do caso ficará a cargo da delegada Andrea Guimarães, titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) e deve ser concluído em dez dias. A polícia irá investigar se algum parente de Débora auxiliou no sequestro e se o mototaxista realmente apenas conduziu a falsa enfermeira ou se sabia do que ela iria fazer.

Perfil
Em depoimento à presidente do inquérito, delegada Andrea Magalhães, a suspeita do crime, Débora, confessou ter dois filhos de outro casamento, que moram com o pai, seu ex-esposo. “A argumentação que ela usou foi ‘Eu não queria perder meu (atual) marido por isso eu não disse que perdi o meu bebê’. Ela diz que não falou para ele que perdeu o bebê há três meses e inclusive manteve todo o enxoval e a história”, diz a titular da DPCA.

Magalhães afirma que agora irá verificar se o ex de Débora possui a guarda formal ou informal e acredita que a falsa enfermeira não tenha problemas mentais, o que, se for constatado pode minimizar a pena e até mesmo colocá-la em liberdade. “Conversei com ela e não aparentava argumentava o fato. Mesmo sabendo que tudo estava sendo divulgado, ela não nos procurou para devolver a criança espontaneamente e, num primeiro momento, negou tudo, dizendo que teve o bebê na Clínica Santa Fé. Como tínhamos uma testemunha cabal, o mototaxista, as informações foram confrontadas e ela finalmente confessou”, pontua.

A delegada diz que tem certeza que a suspeita agiu com intenção. “Ela aparentemente não tem qualquer problema mental. Pode ser até que ela consiga apresentar um laudo, mas eu não vou pedir porque ela não mostrou nem arrependimento.  Não vou conceber que fatos dessa natureza sejam normais. É (um ato) criminoso sim”, declara.

Andrea Magalhães acrescenta que não vai informar se está investigando a participação de funcionários para não atrapalhar as investigações.

O crime
O chefe de investigação da DPCA, Joattan Gonçalves, conta que a polícia tomou ciência do fato por volta das 11h30 de ontem e que foi com até o hospital com o conselheiro tutelar José Welton para começar o trabalho de coleta de informações.  “Através de funcionários, da mãe da criança que tinha sido subtraída, descobrimos que a mulher se passou por enfermeira e pediu para levar a criança para que ela fosse pesada. A avó levou o bebê para a balança. Chegando lá, a mulher pediu o cartão da vacina e quando a avó foi pegar e voltou, não encontrou mais ninguém”, descreve.

A polícia informou que a princípio teve de eliminar a informação de que um Honda Civic teria sido utilizado para a fuga da falsa enfermeira. Foi quando descobriu-se que esta teria ido embora em mototáxi. “Identificamos o mototaxista por volta das 17h e às 18h o localizamos. Ele nos conduziu até a residência da suspeita e demos voz de prisão”, narra.

Na manhã desta terça, Débora passou por exame no IML para que fosse encaminhada para o sistema prisional. “Vamos investigar se a principal acusada estava mesmo grávida e se existe ou não mais alguém que tenha participação”, pontua.

Recuperação
O delegado do Greco, Adolfo Henrique Soares, que também atuou nas investigações descreve que a criança foi recuperada por volta entre as 22h a 22h30. Segundo ele, a princípio, não será investigada a hipótese de tráfico de crianças, já que a suspeita afirmou ter levado o bebê porque havia perdido o seu há três meses. “Ela será acusada por subtração de incapaz”, afirma.

Festa
Vizinhos de Débora entrevistados pela TV Cidade Verde informaram que a falsa enfermeira era uma pessoa tranquila, aparentemente normal, com poucas amizades e que saía pouco de casa. Os populares afirmaram ainda que não chegaram a notar diferença no corpo da mulher e que quando viram-na chegar em casa com um bebê, pensaram que a criança era dela. “Ela havia dito que iria trazer uma criança, mas ninguém imaginava que ela iria roubar”, disse uma senhora

O marido de Débora chegou a convidar os vizinhos para uma festa para celebrar a chegada do “filho”. “Ela continuou com a barriga de grávida e a gente achou que ela tinha tido menino. Ele até nos convidou para a festa da chegada da criança de última hora”, falou Raimundo Alves.


Carlos Lustosa Filho
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