Deficientes auditivos reclamam a ausência de intérpretes para surdos na Conferência Municipal para Pessoas com Deficiência, realizada desde a última quinta-feira no Atlantic City Club e com encerramento previsto para hoje (27) e único dia com registro do problema.

Mestrando em linguística na Universidade de Brasília, o teresinense João Paulo Vitório Miranda veio para ser um dos delegados da conferência. Deficiente auditivo, ele relata que apenas dois intérpretes estavam disponíveis quando o evento foi dividido pela manhã em cinco eixos para debates temáticos sobre saúde, trabalho, etc. Três grupos ficaram sem auxílio para surdos. 

Para piorar a situação, nenhum intérprete compareceu ao evento à tarde. Eles não teriam concordado com o valor oferecido pela organização. João Miranda informou que pretende denunciar o caso a uma entidade nacional. O evento continuou mesmo tendo entre os inscritos cerca de 20 deficientes auditivos que precisavam do auxílio. A conferência é bienal e conta com 350 participantes.

Deuselena Andrade, secretária executiva do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiencia Física, órgão responsável pelo evento, informou ao Cidadeverde.com que os intérpretes foram liberados pela Secretaria Municipal de Educação para prestarem o serviço, mas não compareceram. Ela tentou contatar os dois, mas o telefone celular estaria desligado. A gestora ainda explicou que existe uma carência de profissionais da área na cidade e o orçamento da organização é reduzido.