Encerrada a estreia do Brasil na Copa das Confederações 2013, com a vitória por 3 a 0 sobre o Japão, o técnico Luiz Felipe Scolari concedeu entrevista coletiva na sala de imprensa do Estádio Nacional Mané Garrincha. Entre os primeiros destaques do gaúcho, estiveram a participação positiva do torcedor que compareceu à arena em Brasília, e ao discurso alinhado dos jogadores com aquilo que ele mesmo vem defendendo ao longo da preparação da Seleção durante o ano.
Felipão também foi perguntado por alguns jornalistas sobre o protesto contrário aos grandes eventos que movimentou os arredores do estádio, além das vaias dirigidas à presidenta Dilma Rousseff e a Sepp Blatter antes da partida. O comandante, no entanto, preferiu se ater àquilo que aconteceu dentro do gramado.
"A reação da torcida com o time é normal, desde que faça o gol nos primeiros minutos, a empatia foi muito maior.
Sobre outras situações, tenho que ficar concentrado naquilo que estou fazendo com a seleção. Não sei o que está acontecendo, não vi e não posso responder", disse o técnico.
"É coincidência [a repetição de seu discurso entre os atletas]. Não tenho ouvido a entrevista dos atletas, me falta tempo pra fazer tudo o que precisa ser feito na concentração. Se nós mais ou menos temos o mesmo discurso, é provável que estamos em um ambiente de concordância."
"Não tem nada de palestra montada, é difícil montar alguma coisa além daquilo que está planejado. São muitas atribuições, muitas situações fora do aspecto futebol que a gente precisa administrar, coisas de convívio dentro da concentração. Não falo nada disso com os atletas."
"Estamos fechados no mesmo objetivo. O que aconteceu em 2002 passou, não tem mais essa de 'família Scolari'. Pode ter outras colocações, da amizade dentro do grupo, nota-se que o ambiente está melhor do que o que tínhamos há quinze dias atrás. Mas para falar em conquista, precisamos nos preparar para o jogo do Mexico, uma pedra no nosso sapato há algum tempo."
Falando mais sobre a parte técnica, Felipão destacou os acertos táticos dos jogadores, além do gol logo cedo de Neymar, que encaminhou bem o resultado neste sábado. Além disso, ele destacou positivamente o rendimento do ataque brasileiro, autor de oito gols nos últimos três compromissos.
"Acho que o que mais me satisfez no jogo foi o resultado, nos dá a oportunidade de nos classificarmos mesmo em caso de um eventual tropeço."
"Evolução tática, a forma que a equipe se comportou desde o início do jogo."
"Se conseguirmos nos manter taticamente equilibrados, temos uma equipe para encarar qualquer adversário, e vencê-lo."
"Quando acontecem tantos gols quanto temos feito, pra nos é motivo de alegria, criamos mais confiança dentro do grupo para arriscar mais.
"Fizemos o gol, compactamos o setor de meio. Quando isso acontece, não se permite chance ao adversário. Depois, o segundo gol foi logo no início, nos deu tranquilidade."
"O que queremos é a compactação da equipe,a despeito do resultado. Dar dificuldades ao adversário a partir disso."
Por fim, Scolari fez elogios a Luiz Gustavo e Jô, coadjuvantes que se destacaram no compromisso de estreia do Brasil.
"Acho que ele [Luiz Gustavo] recebeu a oportunidade já no jogo com a Inglaterra. Depois cresceu mais no jogo da França, e hoje acho que foi um dos melhores jogadores no contexto da partida, e vem aproveitando tudo o que temos falado na parte tática, para pormos em prática. Ele vem de uma escola alemã, onde a exigência é grande, o que facilita quando essa exigência também acontece aqui. Isso só nos ajuda."
"[Jô] ganhou essa oportunidade, era um daqueles 40 jogadores relacionados por mim antes da convocação, e que ganhou essa oportunidade com a lesão do Damião. É um grande jogador, difícil de ser marcado por ser canhoto. Foi bem recebido, é um jogador de qualidade, está aproveitando as oportunidades, plantando para colher agora e mais à frente."
Fonte: GOAL
