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Filmes de temática gay que marcaram o Oscar

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O mais famoso prêmio do cinema mundial reverenciou personagens gays em longas como “Milk – A Voz da Igualdade” e “O Segredo de Brokeback Mountain”

No próximo domingo (02), a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos vai premiar pela 86ª vez os melhores da sétima arte. Neste ano, dois filmes de temática LGBT têm chances sair da festa no Dolby Theatre com as famosas estatuetas do Oscar.


“Clube de Compra Dallas” traz Matthew McConaughey como um eletricista heterossexual diagnosticado com o vírus do HIV durante os anos 80, época mais complicada da epidemia de AIDS. Ele decide então traficar medicamentos do México para os EUA para tratar da doença. No meio deste processo, ele conhece a transexual Rayon, interpretada por Jared Leto.

O desempenho de ambos foi aplaudido pela crítica, não é atoa que ambos concorrem a prêmios por seus desempenhos. McConaughey disputa na categoria Melhor Ator e Leto na de Melhor Ator Coadjuvante. “Clube de Compra Dallas” tenta ainda às estatuetas de Melhor Filme, Edição, Maquiagem e Roteiro Original.

Filmado na Inglaterra, “Philomena” é o segundo filme de temática LGBT de destaque no Oscar deste ano. Contando a história real de uma senhora irlandesa em busca do filho que foi tirado dela há 50 anos. A protagonista é vivida pela sempre impecável Judi Dench, que concorre à estatueta de melhor atriz. Sean Mahon interpreta Michael, um importante político norte-americano gay, que tem importância crucial para a trama.

“Philomena” concorre também ao principal prêmio da noite, Melhor Filme, mas também aos Óscares de Melhor Trilha Sonora, Roteiro Adaptado.

Diversos filmes nestes 86 anos de Oscar tiveram personagens gays, mas alguns se destacaram mais por sua importância histórica. Um deles é o protagonista de “Milk – A Voz da Igualdade”, a cinebiografia do ativista Harvey Milk, que foi assassinado durante sua luta pelos direitos da comunidade LGBT nos EUA. Neste papel, Sean Penn teve um desempenho memorável e levou o prêmio de melhor ator.


O roteirista Dustin Lance Black emocionou quem assistia à transmissão do prêmio em 2009 com o seu discurso ao receber o prêmio Melhor Roteiro.

“Quando eu tinha 13 anos, minha linda mãe e meu pai me levaram do meu conservador lar mórmon em San Antonio, no Texas, para morar na Califórnia. Foi lá que eu ouvi a história de Harvey Milk e ela me deu esperança para viver a minha vida, esperança que um dia eu poderia viver a minha vida sem vergonha de quem eu sou, e que um dia eu poderia me apaixonar e me casar”, discursou Black, que encerrou sua fala mandando uma mensagem de apoio aos jovens gays e lésbicas que o estavam o ouvindo falar.

Outros dois grandes personagens apareceram no drama “O Segredo de Brokeback Mountain” (2006). A trágica história do casal de cowboys gays interpretados por Heath Ledger e Jake Gyllenhaal emocionou plateias em todo o mundo e rendeu ao diretor Ang Lee o premio de melhor diretor. O filme ainda levou ainda as estatuetas de Roteiro Adaptado e Trilha Sonora.


A VEZ DELAS

Os personagens femininos lésbicos ou transexuais também marcaram o Oscar. Em 2003, “As Horas” mostrou três papeis femininos fortes que se relacionam com o amor gay. Elas foram vividas por Julianne Moore, Meryl Streep e Nicole Kidman. Está última ganhou o prêmio de melhor atriz ao viver a escritora Virginia Woolf no longa de Stephen Daldry.

Três anos antes, foi a vez de Hilary Swank levar o prêmio de melhor atriz na pele do transhomem Brandon Teena, no tocante “Meninos Não Choram”. Ela vive um personagem em busca da própria identidade, com uma trajetória de vida dramática.

Já “Tudo sobre minha mãe”, do consagrado diretor espanhol Pedro Almodóvar, apresenta de maneira delicada as questões de gênero, mesclando drama e comédia. A produção espanhola venceu a categoria Melhor Filme Estrangeiro.



DUPLAS IMPROVÁVEIS

Ainda no tema LGBT, o Oscar também contou com duplas de personagens improváveis, como a de “Deuses e Monstros” (1999), longa vencedor da estatueta de roteiro adaptado.

O filme gira em torno da relação de amor e ódio entre o tirano diretor de cinema homossexual James Whale (Ian McKellen) e o jovem jardineiro interpretado por Brendan Fraser.

Em “Filadélfia”, Tom Hanks é o homossexual soropositivo Andrew Beckett, que abre um processo contra um escritório de advocacia que o demitiu por conta de sua homossexualidade. O único advogado que topa defendê-lo no caso é homem homofóbico interpretado por Denzel Washington. Os dois estabelecem uma relação de cumplicidade, apesar de suas diferenças. Hanks ganhou o prêmio de melhor ator com seu desempenho.

BRASIL NO OSCAR

O já distante 1985 foi um ano em que o Brasil esteve bem representado no Oscar. Numa coprodução brasileira e americana, o filme “O Beijo da Mulher Aranha” catapultou seu elenco principal, composto por Raul Julia, Sonia Braga e William Hurt, ao estrelato.

Na trama dirigida por Hector Babenco, Julia interpreta Valentín Arregui e Hurt, Luis Molina. Eles são prisioneiros políticos que desenvolvem uma relação de amizade e afeto.

Hurt ganhou o Oscar de melhor ator interpretando o afeminado e sonhador Molina. O longa ainda concorreu como melhor filme, melhor roteiro adaptado e melhor diretor.


Fonte: Ig
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