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Gasto com escola é o maior em 10 anos, revela nova pesquisa da Fipe

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Pressionada pelo aumento do cigarro e pelos gastos com educação, que tiveram em janeiro a maior alta em dez anos, a inflação na cidade de São Paulo acelerou no mês passado em relação a dezembro e fechou janeiro em 0,94%, aponta o Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe).


"Desde janeiro de 2004 não era registrada uma variação tão forte na educação em janeiro", afirma o coordenador do IPC-Fipe, Rafael Costa Lima. No mês passado, os gastos com educação subiram 6,95%, ante 6,08% em janeiro de 2013. Em 2004, o último pico de preços, as despesas com educação tinham subido 9,28%.

As despesas com educação responderam por 0,25 ponto porcentual do IPC-Fipe e foi o item que mais pesou na aceleração em relação a dezembro. Expurgado o grupo Educação, o resultado do IPC-Fipe de janeiro seria 0,69%, muito próximo da inflação de dezembro, que foi de 0,65%.

Lima observa que o que mais influenciou o grupo Educação foi a elevação dos preços dos serviços em relação aos materiais escolares. Os cursos regulares e a educação infantil ficaram em janeiro 8,39% e 10,18% mais caros, respectivamente.

O vice-presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo, José Augusto de Mattos Lourenço, diz que os reajustes nos preços das mensalidades neste ano variaram entre 8,5% e 10%, porcentuais semelhantes aos aplicados no começo de 2013.

Como as escolas só podem reajustar as mensalidades uma vez por ano e esse indicador deve ser divulgado 45 dias antes do início das aulas, há dificuldade por parte das escolas, que têm de determinar o porcentual do aumento antes de conhecer o resultado da inflação oficial do ano anterior. Por isso, esse reajuste embute uma margem de segurança.

Outro fator, segundo Lima, que impulsiona as variações dos preços das mensalidades escolares é a inflação passada. "Os preços da educação são influenciados pelo efeito retrovisor", diz ele, destacando que esse indicador reflete a persistência da inflação em níveis altos.

IPCA
Apesar da aceleração da inflação registrada pelo IPC-Fipe em janeiro ante dezembro, consultorias privadas não alteraram as previsões para o índice oficial de inflação, o IPCA, que deve continuar perdendo o fôlego ante dezembro (0,92%), O IPCA de janeiro será conhecido na sexta-feira.

Adriana Molinari, economista da Tendências, projeta o IPCA de janeiro em 0,62%. Leonardo França Costa, economista da Rosenberg, estima alta de 0,63%."O IBGE considera os valores das mensalidades escolares cobradas no mês anterior ao mês corrente. Por isso, os impactos aparecerão só no IPCA de fevereiro", diz Adriana. Mesmo assim, ela espera inflação de 0,58% para fevereiro, com recuo do vestuário e desaceleração da alimentação.

Da Redação
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