Cidadeverde.com

James Guerra: Caso Fernanda está juridicamente encerrado

Imprimir
O delegado geral de polícia civil, James Guerra, comentou em entrevista ao Jornal do Piauí que o Caso Fernanda Lages, sob o ponto de vista jurídico, está encerrado. Segundo James, as três investigações, feitas pela civil, Polícia Federal, e polícia do Distrito Federal, convergiram para a mesma conclusão de suicídio. 

Raoni Barbosa/Revista Cidade Verde

O resultado da autópsia psicológica de Fernanda foi apresentado hoje pela perita e psiquiatra Maria da Conceição Krause. O trabalho durou quatro meses e apontou que Fernanda tinha perfil suicida, transtorno bipolar, uso de álcool frequente concomitante com ingestão de medicamento com efeitos colaterais agravados pelo álcool.

"A médica disse que entre 16 e 17 anos o adulto pensa que são características normais da adolescência e a família não percebeu porque ela já estava afastada. A médica disse que acreditava que ela já conhecesse o local da morte e a pessoa que já tem esse comportamento suicida a pessoa geralmente procura um local ermo, que não possa ser impedida de fazer. Mas, isso é uma constatação geral", disse.


A autópsia levou em consideração depoimentos de 27 pessoas que tinham ligação direta com Fernanda ou com o local da morte, sendo que 7 passaram por um exame mais apurado para detectar a veracidade das falas. 

Segundo o delegado James Guerra, esse trabalho médico corrobora o que as polícias civil e federal do Piauí já haviam concluído sobre a morte da estudante. "Esse trabalho foi feito por uma psiquiatra forense com toda técnica que há de melhor. É uma profissional com 25 anos de atuação. Não conhecemos nenhum desses profissionais. Por esse caso já passaram profissionais da Paraíba, Minas, Distrito Federal, São Paulo, Bahia, Campinas, São Bernardo e acho que mais de 100 pessoas já trabalharam nesse caso. Todas as perícias apontam no mesmo rumo. Há quase dois anos, quando do trabalho da civil, eu já dizia esse resultado. E não digo isso com alegria, digo isso como uma resposta à sociedade. Esse trabalho foi refeito pela terceira vez. A novidade em relação ao trabalho da civil foi a autópsia e essas entrevistas de natureza psicológica. Nosso trabalho foi muito facilitado pelo trabalho do Distrito Federal e nossa intervenção foi tão pequena, quase nenhuma. Nosso trabalho foi facilitado por toda qualidade de informação que trouxe a polícia do Distrito Federal", comentou.


Duas testemunhas que tiveram os depoimentos contestados algumas vezes, o segurança Geison e o vigilante seu Domingos, participaram dessas entrevistas e tiveram seus depoimentos confrontados com exame para a verificação da veracidade. O delegado explicou que os dois depoimentos foram atestados como verdadeiros.

James comentou também que futuras contestações podem ser feitas acerca do trabalho da perícia psicológica forense por pessoas que podem querer "se beneficiar" e mandou recado para os promotores Eliardo Cabral e Ubiraci Rocha, que acompanham o caso. 

"No caso de alguém que queira contestar, pode contestar mas não encontra escora nos autos. Em termos jurídicos é difícil prosseguir uma investigação quando todas as provas apontam para suicídio. É possível jogar isso midiaticamente? É. Mas há dois anos eu disse e agora eu digo que em termos jurídicos é impossível condenar alguém. Mas condenar alguém por um suicídio pode ocorrer de forma midiática. É possível que alguém queira se beneficiar. Essa tentativa de desqualificar o trabalho desses policiais não vem dando certo, tanto que tudo que a polícia civil fez tem sido corroborado. O depoimento do Geison, se não acreditam ainda, pode ser tomado lá, como foi tomado pela polícia. Se eles continuam achando que sabem quem matou a Fernanda poderiam vir a público dizer quem matou ou então calar para sempre", finalizou.

Matérias relacionadas


Leilane Nunes

Você pode receber direto no seu WhatsApp as principais notícias do CidadeVerde.com
Siga nas redes sociais