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Jesualdo defende Gurgueia e o compara ao caso Fernanda Lages

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A TV Cidade Verde promove neste dia 19 de outubro o debate “Viva Piauí - O Futuro que Queremos”, para discutir sobre a divisão do Estado e a criação do Gurgueia. Foram convidadas 50 pessoas a favor e 50 contra a separação, com cinco representantes cada, além de mais 50 que estão indecisas sobre o tema. O programa possui quatro blocos de meia hora onde serão discutidos os temas: Razões Históricas e Culturais; Razões Financeiras e Tributárias; Desenvolvimento Econômico e Desenvolvimento Social.


Solimar Oliveira


Jesualdo Cavalcante

No primeiro bloco, o ex-deputado Jesualdo Cavalcante, a favor do Gurgueia, e o professor Solimar Oliveira, do grupo Piauí Unido, debateram sobre as Razões Históricas e Culturais que justificariam ou não a divisão do Piauí.

Solimar fez sua introdução dizendo que, do ponto de vista histórico, o Sul do Piauí tem a sua importância, já que a ocupação do território piauiense começou por lá, por volta do ano de 1654 e cerca de 10 anos depois. Segundo ele, o nascimento do Piauí foi fruto de ocupação que se deu de uma única vez, o que justificaria a unidade.


Jesualdo Cavalcante falou que historicamente, os colonizadores tomaram posse das terras para criar gado a partir do sul, mas foram migrando para o norte “abandonando” o Gurgueia. “Pena eles realizaram uma viagem sem volta. Quanto mais avançavam, mais submetiam o Gurgueia ao isolamento e ao abandono. É preciso que o piauiense saiba que foram transcorridos nada menos que 191 anos entre a primeira e a segunda visita de um governante piauiense para aquelas paragens”, pontuou.  O deputado diz que por isso, o Sul do Piauí tem uma proximidade cultural maior com a Bahia e Pernambuco.

Perguntas
A primeira pergunta entre os debatedores foi feita por Solimar. Ele questionou o ex-deputado se a motivação da separação do Estado era política. Jesualdo respondeu que Piauí possui riquezas e potencial, mas não possui capitais e bens. “Propomos a emancipação porque duplicaremos a receita do Piauí e dividiremos entre dois a despesa que o Piauí faz sozinho. É uma tentativa de redimir o Piauí”, justifica. Em resposta, o professor afirmou que a união é que fortalece o projeto de desenvolvimento do Piauí que precisa ser pensado pelos políticos e gestores. “Não foi o sul do Estado que ficou isolado porque quis. Faltou vontade política do governo e da União pra alavancar o Piauí como um todo”, afirmou.


Em sua vez de perguntar, Jesualdo preferiu comparar o Gurgueia à universitária Fernanda Lages, cuja morte ainda é um mistério. “Tenho a impressão que estão querendo fazer com o Gurgueia o que querem fazer com a Fernanda Lages, transformar a vítima em culpado”, afirmou, para depois perguntar sobre porque a administração piauiense não favoreceu o Gurgueia.


Em sua vez de perguntar, Jesualdo preferiu comparar o Gurgueia à universitária Fernanda Lages, cuja morte ainda é um mistério. “Tenho a impressão que estão querendo fazer com o Gurgueia o que querem fazer com a Fernanda Lages, transformar a vítima em culpado”, afirmou, para depois perguntar sobre porque a administração piauiense não favoreceu o Gurgueia.


Solimar Oliveira rebateu afirmando que não há preconceito contra a região, uma vez que é eleito para qualquer cargo, tem que governar para toda a sociedade. “Socialmente e culturalmente construímos a identidade de piauiense, que nos articula com a terra e com o todo da comunidade. De modo histórico e cultural, o que nos une é o nosso amor por pelo Piauí”, pontuou.  O ex-deputado Jesualdo Cavalcante afirmou que os lideres e chefes do grupo Piauí Unido ocuparam cargos de Estado de governos do Piauí e os acusou de manter a região do Gurgueia “isolada e pobre para que as oligarquias se mantivessem mandando”.




Plateia
A plateia, que se manifestou diversas vezes durante a explanação e a discussão entre o ex-deputado e o professor, teve a sua oportunidade de direcionar perguntas aos debatedores. Entre os 50 integrantes de cada grupo, oito formularam questionamento, e dois foram escolhidos em cada bloco para fazer os questionamentos.


A suplente de senador Regina Sousa, do grupo Piauí Unido, antes de fazer sua pergunta alfinetou o ex-deputado Jesualdo Cavalcante, afirmando que seu argumento de que os políticos que ocupam altos cargos influem diretamente no desenvolvimento de determinada região, ao citar o presidente do Senado, José Sarney, que é maranhense e tido como um dos homens mais poderosos do país em não ajudar a desenvolver o Maranhão. Em seguida, Regina Sousa questiona porque isso ocorre.

Pela ordem de sorteio estabelecida no início do bloco, Solimar Oliveira foi o primeiro a responder. O professor afirmou que cada gestor, não apenas os secretários e governador, como também deputados e senadores, precisam tomar as rédeas e assumir o frágil desenvolvimento do Piauí. “Foram construídos modelos de desenvolvimento ditados pelo império e depois pela república. Projetos políticos de desenvolver mantendo o Estado unido, foram feitos apenas recentemente. É isso que vai tirar do isolamento”, afirmou.

Josualdo respondeu a questão dizendo que “o Sarney é que manda no Brasil” e reafirmou sua teoria de que os governadores piauienses esquecem da região sul do Estado citando como exemplo a rodovia Transcerrado. “O governo passado tomou como empréstimo mais de R$ 1 bilhão para estradas. Fez umas estradas aí, sobre as quais pesa muita dúvida. Sabe o que fizeram com a Transcerrado, que uniria os vários pólos de plantação de grãos? Mandaram para uma Parceria Público Privada e que quando construída, só transitará quem pagar pedágio. É assim que se trata o Gurgueia!”, apontou.

Lei
Do grupo do Gurgueia, o economista Valmir Falcão citou a Constituição de 1988 que possui normas rígidas para a criação de uma nova Unidade Federativa. “Essas normas rígidas favorecem a formação do novo Estado”?


O professor Solimar Oliveira declarou que o ex-deputado Jesualdo Cavalcante era deputado federal quando da Assembleia Constituinte mas não aproveitou o momento para propor a divisão do Piauí. “Não apresentamos o projeto porque não queríamos criar o Gurgueia de cima pra baixo, queremos de fato para cima, como manda a constituição, começando pela consulta ao povo”, respondeu o ex-parlamentar.



Carlos Lustosa Filho
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