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Juiz condena major a 10 anos e perda da farda

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Riachão.net
Wagner Torres poderá recorrer da decisão em liberdade
 
O juiz Geneci Benevides Ribeiro, da 3ª Vara Criminal de Picos, condenou o major Wagner Torres a prisão em regime fechado por 10 anos e perda da farda, além de 20 anos sem poder exercer cargo público. A decisão foi proferida ontem e levada nesta quinta-feira (23) ao cartório de Picos. Outros dois policiais envolvidos no crime de tortura de presos também foram condenados, mas ainda cabe recurso da decisão ao Tribunal de Justiça do Piauí.
 
Wagner Torres era comandante do 4º Batalhão da Polícia Militar em Picos quando surgiu a denúncia de que os assaltantes Edgar da Silva Rocha e Airon Alves Magalhães foram torturados após serem presos por arrombamentos no comércio local. Dois soldados teriam chutado a região genital dos acusados, provocando sérios edemas nos presos. O promotor Elói Pereira de Sousa Júnior, titular da 1ª Promotoria da Comarca de Picos denunciou o caso.
 
Além de Wagner Torres, os soldados Ânio Esdras dos Reis Ricardo e Antônio Gerson Bezerra Sero foram condenados a quatro e seis anos de prisão em regime fechado, respectivamente. Eles ainda deverão passar longo período sem exercer função pública: Ânio Esdras por 13 anos e quatro meses, e Antônio Gerson por 18 anos, sete meses, e 22 dias. Só Ânio Esdras continua preso e não poderá recorrer ao TJ/PI em liberdade. Outros dois soldados foram absolvidos a pedido do Ministério Público.
 
"É uma decisão histórica, a primeira no Estado no Piauí. Decisões desse tipo normalmente eram arquivadas. Isso mostra que o Poder Judiciário está diferente, a sociedade hoje é outra", comemorou o promotor Elói Pereira ao Cidadeverde.com.
 
Quando Elói pediu o afastamento de Wagner Torres, houve manifestações de apoio ao major em Picos, especialmente de comerciantes locais. Até mesmo o governador Wellington Dias se negou a afastar o major na época.
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