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Juro do crédito pessoal chega a 68% ao ano, 6 vezes a Selic

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O consultor financeiro Rubens Tadeu de Castro, 43, decidiu aplicar na vida pessoal os conselhos que dá às companhias de pequeno e médio portes que assessora.


Há cerca de um mês, trocou dívidas mais caras --como a do cartão de crédito (juro médio de 10,7% ao mês, 238% ao ano) e a do cheque especial-- por outra mais barata. E usou parte do dinheiro emprestado para investir na empresa que possui.


"Peguei R$ 70 mil por meio de refinanciamento imobiliário, com taxa de 19% ao ano [1,46% ao mês] em dez anos. Com isso, minha prestação com dívidas, que superava R$ 4.000 por mês, passou para R$ 1.300", diz Castro.


Mas ainda são poucos os que fazem essa reestruturação das dívidas pessoais. E menos ainda os que se dão conta de quanto vão pagar de juros ao final do empréstimo.


Das linhas de crédito consideradas pelo Banco Central para o cálculo do juro bancário médio --excluindo, portanto, financiamento imobiliário e cartão de crédito--, o cheque especial é a opção mais cara ao consumidor, com taxa de 9,17% ao mês, ou 186,7% ao ano.


O crédito pessoal (sem contar o empréstimo consignado, descontado em folha de pagamento) cobra, em média, juro de 4,42% ao mês, ou 68% ao ano --seis vezes o juro básico da economia brasileira (a taxa Selic), que está em 11,5% ao ano e pode chegar a um dígito em 2012.


Simulações


O quadro ao lado traz simulações de empréstimos de R$ 70 mil por cinco anos --prazo em que Castro pretende quitar sua dívida-- em diversas modalidades.


São situações hipotéticas, mas que ilustram as variações possíveis nos valores cobrados do cliente ao final do prazo do empréstimo, conforme o tipo de crédito e as taxas de juros de cada uma delas.


No crédito pessoal (excluindo o consignado), o valor total a ser pago à instituição financeira salta para R$ 200,6 mil.


E se alguém ficasse devendo R$ 70 mil constantemente no cheque especial por cinco anos --caso teórico que dificilmente aconteceria na vida real, pelo valor elevado e o prazo longo-- pagaria, ao final, mais de R$ 13 milhões.


"Os juros no Brasil são muito punitivos", diz Erasmo Vieira, consultor da Planilhar Planejamento Financeiro.


"É preciso saber escolher o tipo de crédito mais adequado ao propósito que se tem, e avaliar se há condições para tomar o empréstimo ou se é melhor adiar a decisão."


Fonte: Folha

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