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Lílian Martins diz que alterações na lei antifumo são retrocessos na Saúde

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A secretária de estado da Saúde, deputada Lilian Martins (PSB), afirmou hoje (12) que é contrária a aprovação do projeto que altera a atual lei municipal antitabagismo. “Como gestora da Saúde não posso deixar de manifestar preocupação quando sabemos os efeitos do fumo na vida produtiva e sócio-sanitária das pessoas, em especial os jovens”, comenta.



Para a secretária, a alteração na lei é um retrocesso. Segundo ela, no país existem 14 estados com lei anti-fumo, alguns estabelecendo fumódromos e outros, sem. O ideal, segundo Lílian Martins, é que o projeto da vereadora Rosário Bezerra (PT) permaneça como está, ou seja, sem permitir áreas reservadas para fumantes.

“A mudança anda na contramão com a política da saúde pública. Nos países desenvolvidos a restrição é cada vez maior e o Brasil estava em um caminho positivo nesse sentido, não podemos permitir que leis sejam condescendentes com um vício que provoca tantos estragos nas pessoas e em faixas-etárias cada vez mais jovens”, opina.

Lilian Martins disse que há poucos dias, em conversa com o Dr. Luís Antônio Santini, diretor do Instituto Nacional do Câncer (INCA), foi informada que 24% da população se expõem à fumaça ambiental do tabaco. “Em 1989, 32% da população acima dos 15 anos de idade consumia cigarros. As constantes campanhas do Ministério da Saúde e a pressão de leis como a de Teresina fizeram com que este número fosse reduzido a 17% de fumantes em 2008”, comenta a deputada.

Segundo ela, há grandes interesses sendo contrariados com a diminuição do número de fumantes no país. “Hoje o Brasil é o segundo maior produtor e exportador mundial de tabaco e o Rio Grande do Sul concentra 50% da produção nacional, então sabemos que é uma região forte, rica, e que há grande pressão para que o consumo do tabaco aumente, o que já vem ocorrendo, segundo os dados do INCA”, lamenta.



Lilian Martins informa, ainda, que o Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (CONASS), fez, no mês passado, uma Moção de Apoio a uma consulta pública de nº 112/2010 pela Anvisa, sobre a proibição da adição de aromatizantes aos derivados do tabaco. “Querem minimizar o odor fazendo crer que os malefícios foram abrandados, mas não minimizam os efeitos nocivos aos quais a população está exposta”, pontua.

A secretária conta que há no Congresso dois projetos de Lei que versam sobre a questão de espaços reservados aos fumantes: “O de numero 315/2008, do senador Tião Viana quer extinguir esse tipo de área. Já o 316/2008, do senador Romero Jucá, pretende legalizá-las. Será uma longa discussão, mas acho que a lei da nossa capital é muito boa e deve ficar como está. Alterá-la, será um grande retrocesso para a saúde pública”, reitera.

Redação
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