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Lojas do centro são fechadas durante "arrastão" de comerciários

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Atualizada às 9h42 e ampliada às 13h25
Os ânimos continuam acirrados no centro de Teresina. Em seu "arrastão pela conscientização", os comerciários percorrem as ruas do centro da cidade com carro de som e param em frente a estabelecimentos apontando o que seriam irregularidades dos empresários. 

Thiago Amaral/CidadeVerde.com




Em uma loja localizada na rua Álvaro Mendes, Rosendo Neves, diretor do comerciários, denunciou que uma ex-funcionária do comércio foi assinar os papéis de sua demissão no Sindicato junto com o empresário e um impasse aconteceu. "Ele tinha que receber R$2.800. O empresário chegou com o monte de dinheiro mas colocou notas de R$ 50 em cima e, no meio, notas menores. Quando foram contar só tinha R$ 700. E ainda, que um segurança acompanhou empresário e funcionária até o banco para receber seus direitos, e que o empresário teria ficado com o pagamento referente aos direitos da ex-funcionária. Isso aconteceu há duas semanas mas temos outras denúncias são recebidas pelo sindicato", pontuou.  




Um dos manifestantes acabou chutando a porta do estabelecimento e o portão foi rebaixado. 

Abertura
Os empresários estão temerosos em relação aos manifestantes por conta do episódio que aconteceu na noite de terça-feira. Por volta das 19h30, ao saírem da assembleia geral da categoria, os comerciários percorreram as ruas do centro da cidade e pararam em frente à Loja Rabelo. 


Segundo Maksyone Leal, gerente do estabelecimento, não havia mais funcionários contratados no local, apenas terceirizados que descarregavam um caminhão. “Nós estávamos fechando e quando baixávamos a porta, que é automática, o próprio Paixão segurou com a ajuda de mais duas pessoas”, declara. O gerente diz que o portão está amassado e que houve agressão verbal por parte do secretário dos Comerciários.


O comandante da Companhia Cosme e Damião (Codam), major Ramos, responsável pelo policiamento da região, descreve que os membros do sindicato possuem outra versão. “Eles nos contaram que foram buscar um funcionário que estava preso mas tentaram fechar a porta em cima de um deles, causando o travamento. Ainda vamos ouvir o que os gerentes da loja nos tem a dizer”, declarou o militar. 

“Algumas empresas haviam proibido os funcionários de ir à assembleia e tivemos a notícia de que ele estariam trabalhando além do expediente. Depois da assembleia fomos até a loja, ficamos no batente e o gerente baixou a porta em cima da gente. Nós seguramos para não nos atingir. Nós não passamos do batente. Eles fizeram cena e filmaram. Sabemos que os funcionários estavam lá escondidos e trabalham depois que as portas são baixadas. Há denúncias de muito tempo”, completa Paixão, defendendo-se.




Impasse
Após a quebra da porta de uma loja que aconteceu na noite de terça-feira (26), depois da assembleia do Sindicato dos Comerciários, na loja Rabelo da rua Álvaro Mendes, vários comércios do centro da capital estão sendo fechados na manhã de hoje (27). 

Doroty Amaral/CidadeVerde.com

Um dos gerentes da Rabelo, Valdir Oliveira, diz que o secretário geral do Sindicato dos Comerciários, Gilberto Paixão, incitou um levante contra o estabelecimento ontem e tentou fazer o mesmo nesta manhã. "Ameaçaram quebrar a loja. Nós já fechamos a outra unidade. O Paixão teve a iniciativa de quebrar a porta da loja. Se eles querem melhores salários tudo bem, mas isso é vandalismo", pontuou. 


Doroty Amaral/CidadeVerde.com

O gerente da outra unidade da rede de lojas, Magno Cardoso, disse que o departamento jurídico da empresa, que fica em Fortaleza já foi acionado. "Queremos saber que atitude devemos tomar". 

Representantes do Sindicato dos Comerciários informaram ao CidadeVerde.com que o fechamento das lojas já estava determinado em edital publicado em jornal. O movimento é um "arrastão de conscientização" para mobilizar a categoria pela campanha salarial.  

Doroty Amaral/CidadeVerde.com

Gilberto Paixão afirmou que a greve dos comerciários que vem se desenhando "quem escolheu foram os empresários". Ele acrescenta que há seis anos não havia um movimento semelhante em Teresina. "Porque sempre conseguíamos negociar com os empresários até o mês de junho. Se não houver acerto até segunda-feira, vamos dar início à greve", pontuou. 

Doroty Amaral/CidadeVerde.com 
Gilberto Paixão

O secretário geral do sindicato disse ainda que nesta manhã as lojas foram fechadas pelos próprios funcionários de forma tranquila. Sobre a acusação de que a loja Rabelo teria sido quebrada por ele, Paixão diz que não tem participação no episódio. "Nada aconteceu. Eu só falei para os comerciantes terem cuidado porque nós não podemos conter as reações de todos os trabalhadores que estão envolvidos. Não aconteceu por parte do sindicato", defende-se. 

Doroty Amaral/CidadeVerde.com

Após a passagem do grupo de sindicalistas, algumas lojas voltaram a abrir as portas. 

A consumidora Jucilene Moura, acha que fechar as portas pode atrapalhar quem é usuário, mas quem trabalha tem direito a reivindicar por melhores condições.  


Flash de Doroty Amaral
Redação Carlos Lustosa Filho


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