Líder do PMDB na Câmara dos Deputados, Marcelo Castro (PMDB/PI) defendeu a votação da Reforma Política como resposta dos parlamentares aos protestos desencadeados em todo o Brasil. O deputado piauiense afirmou que a classe política vive um divórcio com a sociedade.

Desde a semana passada, protestos contra o aumento da tarifa da passagem de ônibus em várias cidades se transformaram em uma mobilização contra a corrupção e outros problemas do Brasil. Os atos contestam até os gastos com a Copa do Mundo de futebol. 

"Agora, qual a grande reflexão que nós, do Parlamento, precisamos fazer? O quanto esta Casa está dissociada da realidade brasileira. Existe, sim, uma dissociação, um divórcio entre a classe política e a sociedade brasileira; entre nós, representantes, e os representados", disse o deputado, em discurso na última terça-feira (18), atribuindo a manifestação à classe média.

Em prol da votação do projeto, o parlamentar chegou a suplicar. "Nós fizemos um trabalho durante 2 anos, e, infelizmente, os Líderes desta Casa se recusaram a colocar um projeto de reforma política em votação. Pelo amor de Deus! Gente, democracia é a expressão da vontade da maioria, sem massacrar, sem diminuir, respeitando as minorias."

Marcelo Castro endossou palavras de outros deputados e afirmou que o sistema eleitoral brasileiro é o pior do mundo, "com um excesso de influência do poder econômico, com promiscuidade entre os candidatos e os financiadores de campanha."

O deputado afirmou que a Reforma Política "É mea-culpa que aqui devemos fazer. Tivemos a oportunidade de avançar, de aproximar o Parlamento do povo brasileiro, de fazer partidos programáticos que pudessem representar correntes de pensamento nacional, e não o fizemos. Optamos pela inércia, pelo imobilismo, por esse sistema eleitoral que se distancia cada vez mais, que divorcia o representante dos representados brasileiros", finalizou.