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Morte de Fernanda completa 1 mês; laudo chega essa semana

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Um dos episódios mais misteriosos da história recente de Teresina completa um mês. A estudante de direito Fernanda Lages Veras, 21 anos, foi encontrada morta na construção do prédio da Procuradoria Regional da República, na avenida João XXIII, na madrugada do último dia 25 de agosto. Em 30 dias, hipóteses diversas surgiram, especulações apontaram suspeitos de um suposto assassinato e laudos periciais teimaram em ficar prontos, mas uma a pergunta ainda não tem resposta: quais as circunstâncias e como a jovem que, segundo familiares e amigos, tinha tanta alegria de viver, acabou sem vida. 


Naquela manhã de quinta-feira, policiais e jornalistas tiveram acesso ao local onde Fernanda foi encontrada bastante cedo, mas todos tinham mais questionamentos do que maneiras de explicar o que aconteceu.

Leia o que já foi publicado sobre o caso

O corpo da jovem foi encontrado nos fundos do prédio. Sob a vítima, havia bastante sangue, próximo à sua cabeça. Os dois sapatos rosa, sem salto, estavam distantes um do outro. O carro de Fernanda, um Uno Preto, esperava do lado de fora do prédio. 


O veículo tinha feito um grande trajeto na noite anterior. Segundo amigos da jovem, ela tinha saído da faculdade, assistido a um jogo de futebol em uma churrascaria, ido a uma boate na zona leste e encerrado a noite em um restaurante, próximo à avenida Miguel Rosa, onde ela teria sido vista com vida pela última vez. Quatro amigas de Fernanda que estiveram com ela durante esta noite contaram o que sabiam à polícia. 


O que aconteceu a seguir, ainda é bastante obscuro. O certo é que o vigia da obra da Procuradoria e o outro da construção do prédio do TRT que fica ao lado, Miguel da Silva e Domingos dos Santos, respectivamente, são peças importantes neste quebra-cabeça. Domingos teria dito à polícia, inclusive, ter visto uma mão tirando a corrente do portão do TRT e o vulto de uma pessoa entrando na obra, mas não teria ido verificar porque já estava amanhecendo e pensou tratar-se de alguém que trabalhava no local. 

Polícia
Quatro dias após a morte da jovem, o delegado titular do 5º DP, Mamede Rodrigues, que até então investigava o caso, entregou uma solicitação ao secretário de Segurança, Raimundo Leite, para que a delegacia não ficasse a cargo das investigações, alegando falta de estrutura. Desta forma, a Comissão Investigadora do Crime Organizado (Cico), assumiu o caso. 


O tempo passava e entre a população, ansiosa para ter um suspeito, começaram a surgir nomes de quem poderia ter assassinado Fernanda. Alguns rumores tomaram proporção tão grande nas rodas sociais que acabaram ganhando eco em alguns meios de comunicação fazendo com que pessoas tivessem de ir à público expor sua ligação com a jovem. 

Família
Quinze dias após a morte, a família da estudante organizou uma passeata pedindo Justiça, e reuniu dezenas de pessoas no bairro São João. Os familiares se recusaram a acreditar na hipótese de suicídio. Chegou-se a ser cogitada a entrada da Polícia Federal no caso.




Além dos laudos dos peritos criminais e do Instituto Médico Legal, amostras foram encaminhadas à Paraíba para serem periciadas, a fim de serem confrontados com o resultado dos exames piauienses. O que deve acontecer nesta semana.




Vigilância
Após uma reunião do Ministério Público Federal com a procuradora Geral do Estado, Zélia Saraiva, três promotores de Justiça acompanham os trabalhos da polícia.


A Secretaria de Segurança em todas suas instâncias diz que é preciso cautela para a realização dos trabalhos e mantém todas as informações com o máximo do sigilo. O término do inquérito foi prorrogado por mais 30 dias. Testemunhas e familiares foram ouvidas repetidas vezes, policiais foram ao local do assassinato e refizeram o trajeto da jovem até o local, mas, até o momento, a morte de Fernanda Lages permanece como um ponto de interrogação junto à sociedade.



Carlos Lustosa Filho
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