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Netinho conta que recebia visita de um espírito durante internação

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Netinho caminha a passos lentos, ainda com dificuldade de se firmar, em direção à Apoteose, local que ele visita pela primeira vez e onde pretende passar o carnaval deste ano. O corpo do baiano, que desde 2012 adotou o Rio como moradia, não lembra muito o físico sarado de antes. A voz é fina e a língua levemente enrolada, o que dificulta o entendimento de algumas palavras. Mas ele não se lamenta. Pelo contrário, para quem esteve à beira da morte, perdeu a voz por completo e ficou sem conseguir andar pelos sete meses em que esteve numa cama do hospital, o famoso baiano sabe: “Vivo um milagre”.


Netinho vai cantar com Preta Gil

A frase no braço direito “nada como viver”, feita logo após a alta médica, em novembro, nunca fez tanto sentido. Netinho quer viver para cantar e amar. Já de alta da fisioterapia, faz fonoaudiologia três vezes por semana para recuperar a voz, e malha. “Mas não há remédio melhor do que estar no palco”, diz. Quatro apresentações estão agendadas para o seu retorno profissional nas próximas semanas. Uma delas, como convidado do bloco que Preta Gil vai botar na Avenida Rio Branco, no domingo que antecede o carnaval. Por recomendação médica, ele não vai para a folia em Salvador. E se sente contrariado. “Meu cérebro está se acostumando ainda ficar em pé. Sinto tontura. Estou melhorando a cada dia, por isso, tenho que estar sempre na ativa”, explica.
Quando lembra os momentos difíceis que passou internado, Netinho chora. Algumas histórias serão reveladas num livro que ele começa a escrever já na semana que vem, como a da visão que teve de uma mulher morena e desconhecida que sempre ia visitá-lo no hospital. Mas o objetivo maior do cantor é levar fé e fazer uma alerta aos jovens. “Não usem anabolizantes!”, clama ele, que fez uso das substâncias por dois anos. As consequências vieram depois, e de forma grave. Netinho foi levado ao hospital após sentir uma forte dor na coxa durante um ensaio em Salvador, em abril de 2013. Lá, descobriu uma infecção no fígado. “Minha doença também pode ter sido genética. Os médicos disseram que os anabolizantes aceleraram esse processo”, afirma.


“Tiraram todos os espelhos do meu quarto no hospital”

No hospital, Netinho resistiu, com otimismo e fé, a três acidentes vasculares cerebrais (AVC), passou por três neurocirurgias e uma cirurgia abdominal. E ainda teve que enfrentar o baque de se ver com 32 quilos a menos. “Os médicos chamaram a minha família para me ver antes de morrer por duas vezes (o cantor se emociona e chora). Aceitei a doença. Pensei: vou passar por isso. Não fiquei revoltado. Passei a maior parte do tempo deitado, sem movimentos no corpo. Perdi a minha escrita. Não tinha forças na perna. Meu cérebro estava preparado para viver eternamente deitado. Só conseguia mexer a cabeça. Recebia medicamentos por entubação e isso afetou a laringe, fazendo eu perder a minha voz por completo. Tinha visão dupla das coisas, mal conseguia beber água e só saia do quarto já no final do tratamento, e numa cadeira de rodas. Tiraram todos os espelhos do meu quarto no hospital. Quando me vi, magro, quase me entreguei. Nessa época, a Ivete (Sangalo) foi me visitar e nós choramos muito”, lembra ele, que já recuperou 76kg dos 82 habituais.

Aos poucos, Netinho vai redescobrindo a vida e seus prazeres. Ele já come de tudo (“Estou até com uma barriguinha”, brinca), dorme diariamente às 3h da madrugada (e só acorda bem tarde) e diz sentir falta de namorar. “A Cris (amiga de anos e assessora que atualmente mora com ele no Rio) me poupa de me sentir só”, conta. Sobre o futuro, apenas dois desejos: “Cantar é o que me move. Também quero muito ter outro filho (ele é pai de Bruna, de 15 anos). E sei que isso deve acontecer em breve, já que uma amiga, que sempre profetiza e acerta coisas da minha vida, me disse esses dias que um filho meu já está a caminho”.


Fonte: Extra
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