Cidadeverde.com

Padre relata detalhes da vida e como voltou ao Clero após se casar

Imprimir
O padre Francisco José de Sousa Silva, popularmente chamado de padre Cabrini, concedeu entrevista ao Notícia da Manhã desta quarta-feira (16) para esclarecer a polêmica sobre sua volta ao sacerdócio.

Fotos: Caroline Oliveira / Cidadeverde.com

O vigário explicou que foi ordenado padre aos 28 anos, em 1997. Porém, depois de cinco anos, decidiu se afastar da função. "Sempre tive a vontade e a tendência para servir como sacerdote. Quando fui enviado para a igreja de Água Branca, passei cinco anos lá. Conheci alguém, estabeleci um contato mais próximo e isso me fez perceber que eu precisava pedir um tempo", contou Cabrini.

O padre informou a decisão para o arcebispo da época, Dom Celso, e para alguns padres, sem criar muita polêmica porque a intenção não era pedir pedir dispensa dos votos. Ele diz ainda que não vivenciou uma crise interna, mas sim momentos de fragilidade.


"Em 2002, quando me afastei, não me casei imediatamente. Primeiro busquei me estabilizar financeiramente, trabalhar. Só depois de dois anos decidi me casar. Casei somente no Civil, porque não seria possível casar na Igreja se eu não pedisse a dispensa dos votos e não era essa a minha intenção", ressaltou o sacerdote.

Há três anos, Cabrini decidiu se divorciar da esposa e passou por uma separação consensual. "Não foi possível continuarmos, havia incompatibilidade de pensamentos. Quando o divórcio saiu, pedi o retorno ao Clero, porque surgiu em mim esse desejo de reassumir", informou.


Cabrini acrescenta que sua ex-esposa morreu algum tempo depois do divórcio, por isso ele não pode ser considerado viúvo. "Conseguimos o divórcio legal, então eu não tinha mais ligação alguma com ela. A notícia de que eu voltaria à Igreja foi dada três anos após o divórcio", explicou.

O padre considera que o início da Semana Santa foi o momento ideal para o recebimento da notícia. "Havia uma expectativa muito grande e fiquei muito feliz, mas me contive porque queria assumir de forma tranquila e natural", completou.

Para o arcebispo de Teresina, Dom Jacinto Brito, o comportamento discreto do padre e a decisão de não ter filhos ajudou na decisão do Papa Francisco. "Ele usou três palavras para se expressar: gratidão, arrependimento e compromisso. O Papa decidiu e ele foi dispensado do impedimento", contou Dom Jacinto.

Jordana Cury
Você pode receber direto no seu WhatsApp as principais notícias do CidadeVerde.com
Siga nas redes sociais