O delegado federal Carlos Alberto Ferreira, chefe da Delegacia de Repressão a Entorpecentes do Piauí, informou que a quadrilha presa hoje (10) usava menores de idade para realizar o "delivery" das drogas e que uma das principais características do bando era o envolvimento de toda a família.

"A função de entregar a droga era dos menores. Eles iam na casa dos compradores de moto fazer a entrega sob encomenda. Recentemente um desses menores foi preso nessa atividade, portando arma de fogo e colete a prova de balas. A quadrilha se aproveitava do fato de menores não serem presos, apenas apreendidos", disse o delegado, em entrevista ao Jornal do Piauí desta sexta-feira (10).

Carlos Alberto acrescentou que a polícia foi recebida com armas em punho nesta manhã, no momento em que a operação foi deflagrada. Disse ainda que o líder João Alves, mais conhecido como "Velho Zeza", é analfabeto, dormia com  uma arma de fogo do lado da cama e tinha uma casa maior do que a encontrada no Lourival Parente.

"O líder do grupo não tem conta bancária, assina com o dedão, mas era um grande empresário do tráfico e todos os filhos dele estão envolvidos, inclusive já possuem passagem pela polícia. A casa do Lourival Parente é grande, mas não é tão grande quanto a casa que encontramos no Portal da Alegria, também zona Sul de Teresina. Aquela sim é uma mansão", disse o delegado.

Também foram abordadas casas no bairro Três Andares, uma outra na rua Domingos Monteiro, bairro Monte Castelo, onde foi preso um homem identificado apenas como Vitor, e ainda o Bar da Lenice, localizado na BR 316, no bairro Lourival Parente, onde foram cumpridos mandados de busca e apreensão.

Além das 28 prisões em Teresina, houve ainda prisões em Piripiri e Altos. Cerca de 90 policiais participaram da ação no Estado. Os acusados serão levados para a penitenciária Casa de Custódia e para o presídio de São Raimundo Nonato. As mulheres ficarão na Penitenciária Feminina.