Segundo o tenente Francisco de Assis, que atendeu a ocorrência, a denúncia partiu de uma ligação anônima, que indicou o local próximo ao distrito e a um bar. “Quando chegamos lá, verificamos que havia vários carros. Encontramos duas crianças e perguntamos de onde eram aqueles veículos e elas nos disseram que era da briga dos galos e apontaram a casa”, descreve.  

Ao entrar no imóvel, o tenente e mais dois policiais encontraram um cenário de nefasto que identificava a prática proibida de acordo com o artigo 32 da lei ambiental 9.605/1998 que reza sobre os maus tratos a animais. “Pedimos para realizar a abordagem e acabamos fazendo o flagrante da briga de dois galos e já havia outros dois muito machucados no pescoço. Outros dois estavam sendo preparados com esparadrapo e esporão (postiço). Havia também seringas e antibióticos, milho e um litro cheio de suco de beterraba, já que os animais perdiam muito sangue, uma flanela cheia de sangue. Uma arena de tijolos com proteção de espuma estava montada”, descreve o tenente. 

Segundo Assis, no local estavam de 12 a 15 pessoas, entre elas um senhor de nome Henrique Iglesias Cabral que se identificou como proprietário dos galos. Existia ainda uma prancheta com vários papeis com os nomes dos galos e valores ao lado, numa espécie de planilha de apostas. 

Todas as pessoas que estavam presentes foram encaminhadas à Central de Flagrante para prestar esclarecimento. “Apenas Henrique foi autuado com um Termo Circunstancial de Ocorrência (TCO). Todos foram liberados depois pelo delegado, mas está tudo filmado, fotografado”, diz o tenente Assis. Segundo o militar, o dono dos galos se apresentou como empresário e assessor de finanças de prefeitura do interior do Estado. 

Os 45 animais foram encaminhados para o Batalhão da polícia ambiental e devem ser transferidos para a sede da Embrapa. Alguns dos galos estavam bastante feridos, alguns deles cegos devido às lutas.