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Policiais deixam preso fugir durante tranferência e são expulsos da PM

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A Polícia Militar do Piauí decidiu expulsar dois membros da corporação, acusados de deixarem fugir um preso durante a transferência mal sucedida há dois anos. A decisão foi publicada no Diário Oficial do Estado de quinta-feira. A PM confirmou ao Cidadeverde.com que a leitura do ato de expulsão acontecerá na próxima terça-feira (26). 


O caso foi registrado no dia 22 de dezembro de 2011. Segundo a investigação interna da PM, o sargento Raimundo Nonato de Sousa e o soldado Washington Antonio Rodrigues dos Santos, à época lotados no 3º Batalhão, em Floriano (PI), foram até a cidade de Contagem (MG) para transferir um preso para Parnaíba (PI). O fato teria se dado sem autorização legal e sem informar aos seus superiores hierárquicos. 


Durante a viagem, os policiais teriam mantido contato com um suposto advogado em Brasília (DF). O mesmo teria entregue aos mesmos documentos sobre a soltura de Gilcimar da Silva e pago as despesas da viagem. Na volta de Minas Gerais para o Piauí, o preso fugiu durante a parada em um posto de combustíveis. A fuga também não teria sido informada de imediato. 

O relatório do julgamento da PM cita que Gilcimar "é apontado como chefe de uma das maiores quadrilhas de roubo a bancos do país", com oito mandados de prisão em aberto só em Minas Gerais. "Seu bando ficou conhecido como novo cangaço", acrescenta o documento. 

Na defesa, o sargento Raimundo de Sousa disse ter viajado inocentemente para a transferência e "em desespero não comunicou as autoridades locais competentes" sobre a fuga. Depois, alegou que estava em seu momento de folga, e por isso não havia necessidade de comunicar seus superiores. 

Já o soldado alegou que o sargento, sendo seu superior, não podendo questionar a missão. Além disso, Washington dos Santos aponta que foi induzido a acreditar que a atividade era legal. A decisão assinada pelo coronel Gerardo Rebelo Filho rebate. "É inaceitável que um policial militar, tão experiente, com mais de 20 anos de caserna, não conseguiu perceber a situação esdrúxula, jurídica e profissional dessa "operação"".

O interrogatório do soldado ainda aponta que o sargento deu a missão por encerrada em Brasília, informando que o preso estava em indulto natalino. Depois disso, ele recebera de um advogado a cópia do depoimento do sargento R. Nonato para que desse suas declarações de acordo com o que ele havia dito, sob pena se ser expulso da PM.

Os dois policiais terão de entregar uniformes, armas e pertences da PM. Com esse caso, chega a quatro o número de policiais expulsos da corporação em 2013.

Fábio Lima
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