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Policial civil é preso por jogar spray de pimenta na coronel Júlia Beatriz

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Ao invés do confronto entre estudantes e policiais militares, foi a vez da própria polícia se conflitar. Na tarde desta terça-feira (30), um policial civil foi preso acusado de atingir pelo menos duas pessoas com spray de pimenta no rosto. Entre as vítimas está a tenente-coronel Júlia Beatriz Pires de Almeida, que deu voz de prisão. Os manifestantes protestam pelo segundo dia consecutivo contra o aumento da passagem de ônibus, de R$ 1,90 para R$ 2,10 e a coronel intermediava a negociação de um acordo. 

Fotos: Thiago Amaral


De acordo com relatos da própria coronel, o policial dirigia um Kadett vermelho e queria furar o bloqueio dos estudantes na avenida Frei Serafim. O policial teria exibido seu distintivo, apontado uma pistola .40 para os manifestantes e atirado spray de pimenta em quem estava na frente. O produto atingiu diretamente o rosto de Júlia Beatriz e um estudante com farda do Colégio Sagrado Coração de Jesus. 

A própria coronel deu voz de prisão ao policial e fez questão de se dirigir até a Central de Flagrantes para registrar o caso. O policial civil foi identificado como Luciano Lopes de Oliveira, da Delegacia do Silêncio.





O estudante atingido foi assistido por colegas. Ele passou mal com ardência na boca e todo o rosto.

Os manifestantes, muitos fardados, fecharam o cruzamento da avenida Frei Serafim com a rua Pires de Castro, no segundo dia de protestos. Eles querem a presença do prefeito Elmano Férrer (PTB). A coronel Júlia negociava a formação de uma comitiva que fosse até o Palácio da Cidade, mas a proposta não foi aceita. As conversas foram suspensas com o incidente do spray de pimenta.





Antes, policiais do Grupo de Ações Táticas Especiais - Gate - ajudaram a Companhia Cosme e Damião a prender uma manifestante que estaria cometendo ato ilegal. Ela foi levada para a Central de Flagrantes. 

Hoje, o protesto já passou pela Prefeitura de Teresina e Setut - Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Teresina -, que teve seu site invadido durante a madrugada. 


De acordo com o tenente Antônio Rocha, do Gate, a tropa de choque da PM está armada com elastômeros (balas de borracha), munição não letal. 

Tatiane Seixas, do Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal do Piauí - DCE/UFPI, declarou que o movimento não é somente contra o aumento da passagem. "O movimento estudantil nunca morreu. A prova disso é que estamos aqui para denunciar as condições do nosso transporte. Os ônibus são ruins. Temos dificuldade para pegar ônibus no horário de pico. As paradas são desprotegidas do sol e da chuva. Vira e mexe, os ônibus dão problemas mecânicos. O sistema é ineficaz. E ainda dizem que nós e os idosos é que oneramos o sistema".






Ampliada às 15h49min

Jordana Cury (especial para o Cidadeverde.com)
Fábio Lima (da Redação)
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