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Presídio Feminino tem motim depois da morte de detenta grávida

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Atualizada ás 16h26

Anastácia Batista da Silva estava grávida de três meses e morreu na madrugada desta segunda-feira (14) em Teresina (PI). A detenta estava na Penitenciária Feminina da capital quando começou a passar mal. Detentas reclamam de demora no atendimento e iniciaram um motim.

Fotos: Cida Cardoso/Cidadeverde.com

Wellington Rodrigues, superintendente do serviço presidiário, informou que a detenta passou mal por volta de 0h e houve uma demora na chegada do Samu. Ainda segundo Rodrigues, Anastácia morreu ao chegar na maternidade do bairro Promorar, zona Sul. 

"Ligamos para o Samu, porém o serviço demorou muito. Então levamos a detenta dentro de uma viatura que estava a disposição. Ainda não sabemos a causa da morte, mas a secretária (Ana Paula) que será aberta uma sindicância para investigar", declarou. 

Anastácia foi presa por furto qualificado e foi transferida de Parnaíba por medida disciplinar. 


Nove detentas lideraram um movimento para se rebelarem contra a morte da colega. Elas foram levadas para a Central de Flagrantes e poderão responder por dano ao patrimônio. 

Uma presa gritava informando que a colega teria passado mal às 20h. Aos gritos, ela dizia que só estava buscando por Justiça. "Ela estava sentindo muita dor e gritava pedindo ajuda, mas ninguém a ajudou. Ela morreu injustamente. Nós sofremos demais aqui"


Atualizada às 16h07

Na tarde desta segunda (14), presas da Penitenciária Feminina de Teresina realizam um motim, destruindo celas e queimando colchões. Do lado de fora é possível ouvir os gritos das detentas. Equipes do Rone, Ronda Cidadão e do Grupo Especial de Operações estão no local para conter a movimentação das detentas. 


De acordo com Kleiton Holanda, agente penitenciário, a motivação teria sido a morte de uma presa grávida, ocorrido neste domingo (13). 

"A presa veio transferida de Parnaíba para cá. Ainda não sabemos o motivo desta transferência e ela estava aqui há pouco tempo. Na tarde de ontem, ela passou mal e foi levada à maternidade Dona Evangelina Rosa, por estar grávida. Porém, veio a óbito", disse o agente.

Ainda de acordo com Kleiton Holanda, ao saberem do fato, as presas rebelaram-se porque consideram que o procedimento, desde a saída da penitenciária até o atendimento na maternidade, não foi adequado.


Além disso, segundo o agente, as detentas reclamam da gestão atual e da demora na mudança de direção do presídio. "Acredito que o fato de hoje é um resquício da mudança de diretor, que ainda não ocorreu, mostrando que o sistema está em colapso. A pesar das presas não se conhecerem bem, neste momento, elas se uniram e mostram que o sistema está fraco", afirmou o agente.


Nove presas foram identificadas como líderes do movimento. Atualmente, a Penitenciária Feminina tem 115 internas.

O Cidadeverde.com está tentando falar com a diretora do presídio Feminino, Geracina Olímpio, mas não consegue retorno.


O presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Estado, Vilobaldo Carvalho, confirmou o motim e que as presas estariam revoltadas com o atendimento à detenta. Segundo ele, o Samu foi acionado para prestar socorro à presa mas não compareceu.

“Temos informações de que elas invadiram um setor e não estão querendo recolher as celas”, disse Vilobaldo.

Flash de Cida Cardoso (Especial para o Cidadeverde.com)
Redação de Yala Sena e Leilane Nunes
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