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Preso conta que vice contratou e pagou para matar Emídio Reis

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O Cidadeverde.com teve acesso ao depoimento de Joaquim Pereira Neto, mais conhecido como Joaquim do Gabriel, de 43 anos, suspeito de envolvimento na execução do ex-vereador Emídio Reis da Rocha. Joaquim revela em detalhes o plano para matar o ex-vereador e candidato a prefeito de São Julião. Ele informou a Polícia que um dos pistoleiros foi contratado por R$ 15 mil para assassinar Emídio a pedido do vice-prefeito José Francimar Pereira, que está preso.  

Fonte: Arquivo pessoal
Emídio Reis - vítima

O promotor João Mendes Benigno Filho, do Núcleo dos Promotores de Justiça do Júri, acompanhou o depoimento de Joaquim. O documento descreve que Joaquim prestou serviços durante a campanha do atual prefeito, Francisco José de Sousa,  Zé Neci, do PT.
“O Joaquim do Gabriel contou à polícia que no dia 23 de janeiro, em uma propriedade do prefeito José Neci, ele presenciou uma ligação de Francimar Pereira ao celular e que ao desligar o telefone ele teria afirmado que havia contratado Antônio Virgílio para matar Emídio e que o motivo seria um processo de cassação de mandato que a vítima tinha dado entrada e já estava na Justiça Eleitoral”, afirmou o promotor Benigno Filho. 



Fonte: Rayldo Pereira/Cidadeverde.com
Promotor Benigno Filho

Segundo consta no depoimento, Joaquim afirmou que o prefeito José Neci estava presente no momento em que o vice falou da contratação de Antônio Virgílio, mas teria achado que não era verdade e não teria levado a sério. 

 No documento descreve que no dia 31 de janeiro, data do homicídio, Antônio Virgílio fez uma ligação às 17h17 para Joaquim. “Ele falou que estava na cola do Emídio e que ia fazer, que na linguagem deles quer dizer que iria mata-lo”, acrescentou o promotor. 

Na manhã seguinte, Joaquim teria atendido outra ligação de Antônio Virgílio informando que “o serviço estava pronto”, conta no depoimento. 

Fonte: Reprodução TV
Antônio Virgílio 

Pagamento 

Após a ligação, Joaquim conta em depoimento, que Francimar pediu que ele fosse até sua casa no povoado Mandacaru. No local Joaquim descreve a ligação de Antônio Virgílio “que queria receber o dinheiro do serviço”. Joaquim diz a polícia que Francimar fez a entrega de dois cheques do banco Itaú, agência de Picos, sendo um de R$ 5 mil e outro de R$ 10 mil. E em seguida foi levá-los para Antônio Virgílio. 

“O Antônio Virgílio não quis receber os cheques e pediu que Joaquim retirasse o dinheiro e iria encontra-lo em um local marcado. Joaquim endossou os dois cheques, recebeu o dinheiro e entregou a Antônio Virgílio no local combinado. Esta seria a última vez que os dois se encontraram”, afirmou o promotor sobre o depoimento do interrogado. 

Confissão do crime

Joaquim contou em depoimento que Francimar pediu que ele levantasse mais informações sobre o crime e que foi até a residência de Antônio Virgílio em Alagoinha e que confirmou pessoalmente que havia matado Emídio Reis, na companhia de mais dois outros homens. Um deles conhecido como Valté e o outro Joaquim não conhecia.

Fonte: Folha Atual
Vice-prefeito José Francimar Pereira

Para a polícia, Joaquim descreve que Virgílio seguiu Emídio desde Picos, acompanhado dos dois cúmplices. “Existem filmagens que mostram Antônio Virgílio seguindo Emídio”, acrescenta o Benigno Filho. 

No depoimento, Joaquim conta como o ex-vereador foi morto. A isca foi  Antônio Virgilio, pois Emídio o conhecia. Ele abordou a vítima na entrada de Alagoinha do Piauí com o despiste de pedir carona. Virgilo, seguido por outro homem de nome Valté, segundo o documento, levaram a vítima até aproximidade da BR-020, na localidade Lajeiro preto e lá mataram o ex-vereador. Eles deram um tiro na perna e outra na nuca e enterraram a vítima usando uma enxada.

Joaquim conta ainda que Virgílio disse que cometeu o crime a pedido de Francimar pela quantia de R$ 15 mil. No depoimento, Joaquim disse que ficou nervoso com a situação e que não teve condições de evitar o crime e nem de denunciar seus autores, pois estava com medo. Ele disse ainda que não tinha nada contra a vítima, mas apenas queria manter o emprego de sua esposa que é professora em São Julião. 

Participação do prefeito

Ao ser questionado pela Polícia se o prefeito José Naci sabia do plano para assassinar Emídio Reis, Joaquim respondeu que não sabia da participação do petista no crime. Porém, afirmou que o vice-prefeito Francimar  lhe confidenciou que Zé Neci “sabia do plano para executar a vítima”. Ontem, em depoimento, o prefeito negou a participação e desafiou alguém a apresentar provas contra ele.

Fonte: Yala Sena/Cidadeverde.com
José Neci - prefeito

O promotor Benigno Filho declarou que não pode emitir opinião sobre o depoimento, mas enfatiza que o crime será totalmente elucidado. “O Ministério Público garantiu a ordem processual. Joaquim tem participação, não me arrisco tanto a dizer que o prefeito está envolvido, mas há participação direta do vice-prefeito”, destacou. 

Benigno Filho disse que o acompanhamento da investigação continuará com os promotores de Picos e Pio IX, já que Lajeiro Preto é município de Pio IX. 







Flash de Rayldo Pereira 
Redação Caroline Oliveira
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