O promotor do Ministério Público do Piauí (MPE/PI) , Ubiraci Rocha, avaliou que a prisão da estudante Nayra Veloso trouxe à tona aspectos “periféricos” ainda não observados nas investigações do caso da morte de Fernanda Lages.

“A prisão da Nayra serviu sim. Serviu para trazer a tona aspectos da investigação que estavam na periferia do caso. Não são fatos que vão explicar a morte de Fernanda, mas que vão ajudar a elucidar o caso”, disse Ubiraci Rocha.

O promotor, junto com Eliardo Cabral, esteve em Brasília na semana passada para conversar com o perito Antônio Lunardi que realiza inquérito paralelo sobre a morte da jovem estudante de Direito, achada morta no dia 25 de agosto de 2011.

“Tivemos reuniões longas. Ele repassou informações sobre o caso Fernanda Lages. Foi uma experiência positiva porque fortalece a posição do Ministério Público de que trata-se de assassinato”, conta o membro do MPE/Piauí.

“Nos já tínhamos conhecimento de que o corpo de Fernanda iria de São Paulo para Brasília. Estivemos no IML do Distrito Federal. Lá, será realizada nova perícia distinta do que foi realizada em São Paulo. Depois o corpo vai ser devolvido à família”, explica Ubiraci.

O promotor reviu trechos da entrevista exclusiva concedida por Nayra Veloso à TV Cidade Verde. Ubiraci Rocha observa que a estudante mantém a linha de depoimento, mas que ainda não falou tudo que sabe sobre o caso.

“Há comprovação por parte da Polícia Federal que ela esteve no local. Ela nega, mas é algo que a policia tem convicção”, explicou.

Eliardo Cabral e Ubiraci Rocha avaliam, e criticam, a prática de “suicidimos” praticada por setores da sociedade com relação ao caso da morte de Fernanda Lages. “Há muitos setores dizendo que Fernanda se suicidou. A população não é besta”, informou Ubiraci.

O promotor Eliardo Cabral garante que tem 90% de certeza que o caso será resolvido, mas diz que reagiu com estranheza ao saber que um advogado da cidade de São Luis (MA) veio a Teresina agir em defesa de Nayra Veloso. “Ele é um advogado bondoso que veio ajudar a estudante pobre que não pode pagar pela defesa”, avaliou. 

“Eu tenho esse caso como um grande equívoco. Depois que conheci Teotonho Vilela, Ulisses Guimarães, Tancredo neves, não ia citar o nome desse deputado como “figurão”.  Até me surpreende ele chamar pra si essa glória que não lhe cabe”, esclareceu.

Eliardo Cabral notificação do Tribunal de Justiça do Piauí informando que o deputado Marcelo Castro entrou com queixa-crime contra o promotor por supostas declarações e incriminações feitas na imprensa. 

“Já tenho um advogado. É meu irmão mais velho: Dr. Jesus, o Nazareno. Mas aceito ajuda de qualquer um desses advogados bondosos que estão fazendo defesa por ai. Garanto que esse meu caso vai ser bem ‘facinho’”, analisou Eliardo.