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Promotores saem de cabeça erguida e citam "vácuos no processo"

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Os promotores Eliardo Cabral e Ubiraci Rocha disseram que deixam o caso Fernanda Lages de cabeça erguida. Eles concederam uma entrevista na manhã desta quinta-feira (11) onde falaram das dificuldades enfrentadas para continuar trabalhando no processo, mas pediram duas novas diligências e garantiram que ainda há vácuos deixados pelos relatórios das polícias Civil e Federal. 

Evelin Santos/Cidadeverde.com

“Nos confrontamos em muitas oportunidades com a falta de estrutura (do Ministério Público) e estamos respondendo a um processo administrativo de forma injusta, no nosso entender. Por isso não temos condições psicológicas para continuar pois temos que responder à nossa instituição. Estamos saindo de cabeça erguida. Nada vai macular a nossa imagem pois o nosso pensamento sempre foi engrandecer o Ministério público, mas não podemos defender os direitos da sociedade e nos defender da nossa própria instituição”, resignou-se Ubiraci Rocha. 

“O nosso sonho não vai morrer. Queremos que o Ministério Público não investigue só os três pês: preto, pobre e prostituta”, acrescentou Eliardo Cabral.


Rocha falou ainda que, antes de sair, solicitou a autópsia psicológica de Fernanda a pedido do advogado da família da estudante, Lucas Vila, e ainda a identificação do homem, apontado em conversa com o delegado Freitas, da PF, que estava com Nairinha e Fernanda em frente à obra do prédio do Ministério Público Federal, uma hora antes da estudante morrer. 

Segundo Cabral, este seria o homem que teria ido à Bahia, feito plásticas e que calça sapatos número 42. 


Ao serem questionados por que esse suspeito, que os procuradores já afirmavam saber quem era, nunca fora denunciado, Ubiraci Rocha respondeu: “não se pode indiciar ninguém sem a comprovação da materialidade do crime. O Ministério Público só pode apontar os suspeitos se houvesse sido comprovado o homicídio ou indício de autoria. Por isso é primordial identificar o homem que esteve com Fernanda”. 

A procuradora geral de Justiça do Ministério Público, Zélia Saraiva Lima, terá ainda que acatar o pedido de afastamento do caso de Ubiraci e Eliardo Cabral e poderá designar outro promotor para o caso, que não será encerrado. 

Em entrevista ao Jornal do Piauí, depois da entrevista coletiva, Eliardo assegurou que este homem que esteve com Fernanda e Nairinha seria o autor do homicídio, o mesmo que estaria na Bahia se escondendo.


Ubiraci comentou que interpreta a abertura de um processo administrativo pela Corregedoria como um "convite" para que os promotores saíssem do caso Fernanda e assegurou que o MPE dispõe de outros 138 promotores que podem ser designados. "O Ministério Público tem 140 membros. Se somos colocados pela Corregedoria como desidiosos, a Procuradoria tem 138 outros nomes. Quero dizer à população que nós, no meu entender, fomos convidados a sair porque no momento em que a Corregeodira abre processo administrativo com argumento de que somos desidiosos, ficou claro que fomos convidados a sair do caso", finalizou.

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Carlos Lustosa Filho e Leilane Nunes
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