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Psicólogo e Conselho Tutelar alertam para abuso sexual em casa

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O conselheiro tutelar Dimas Leandro e o psicólogo Eduardo Moita discutiram no Jornal do Piauí desta terça-feira (2) o caso da adolescente de 15 anos que denunciou, através de uma gravação, os abusos sexuais cometidos pelo próprio pai.

Fotos: Evelin Santos / Cidadeverde.com

"Nas gravações percebemos que o agressor não tinha qualquer intenção de esconder o fato, por isso é estranho não haver nenhuma manifestação dos outros familiares. Custo a crer que ninguém soubesse desses abusos", ressaltou o conselheiro.


Para Dimas, o fato de o acusado ser pai da adolescente pode ter motivado a família a fechar os olhos. "Os familiares geralmente não querem a exposição. Quando o abuso é cometido dentro de casa, é comum que se sintam intimidados, mas a população precisa saber que existe um sistema de garantia de direitos e que é necessário fazer a denúncia", disse.


O psicólogo Eduardo Moita acrescentou que a pedofilia é uma doença sem cura e que o pedófilo tem consciência do que faz. "Isso é patológico, é uma doença. Quando ele começou a molestá-la, ela era uma criança de 10 anos, então é, sim, pedofilia. Mas, mesmo sendo uma doença, o pedófilo tem total consciência do que está fazendo, por isso responde pelo crime normalmente", explicou.

Eduardo enfatizou que 32% dos abusos sexuais que acontecem dentro de casa são causados pelo pai e 19% pelo padrasto. "É uma questão muito viva na sociedade, mas pouco falada. O que causa espanto é que a família é a base de tudo e as duas pessoas em quem mais confiamos são o pai e a mãe".


O conselheiro e o psicólogos destacaram que o estupro não se resume à conjunção carnal e que pode ser percebido através da mudança de comportamento da vítima. "A criança não consegue dizer, mas fala com o corpo, geralmente com isolamento e tristeza. As mudanças no comportamento são bruscas, podendo levar à insônia ou sono profundo", pontuou.

Jordana Cury

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