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Quadrilha que mandou matar Décio Sá tem ramificações no Piauí

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Em entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira (13) em São Luís/MA, o secretário estadual de segurança do Maranhão, Aluísio Mendes, confirmou a ligação entre o assassinato do corretor de veículos Fábio dos Santos Brasil Filho, no dia 31 de março em Teresina, e o jornalista Décio Sá, na capital maranhense no dia 23 de abril. A investigação apontou que a mesma quadrilha que encomendou os dois homicídios pode ser responsável por outros crimes investigados, talvez de âmbito federal. No entanto, a apuração das informações continuará sob sigilo. 

Evelin Santos/Cidadeverde.com
Fábio Brasil, morto no final de março, semanas antes de Décio Sá

Aluísio Mendes afirmou ainda que existem registros da atuação da quadrilha, envolvida em agiotagem, ameaças, extorsão e homicídios, há mais de 10 anos no Maranhão. "Ela tinha atuação interestadual, sim. Tinha tentáculos no Piauí e outros estados", declarou o secretário, citando existirem no esquema pessoas "extremamente importantes", com influência na sociedade e poder financeiro. "Essa quadrilha permeia por vários setores da sociedade". 

A morte de Décio Sá teria sido encomendada por R$ 100 mil, mas apenas R$ 20 mil foram pagos. Semanas antes, segundo a polícia maranhense, o mesmo grupo encomendou a morte de Fábio Brasil, assassinado dentro de um carro na avenida Miguel Rosa, zona Sul de Teresina. A divulgação do crime no Piauí pelo jornalista maranhense foi a gota d'água para a encomenda de sua morte. Segundo a polícia, o grupo já estaria há muito tempo incomodado com denúncias contundentes feita pelo profissional. "A partir do momento em que eles mataram o Fábio Brasil em Teresina, perceberam que um crime desses poderia ser feito. Havia uma áurea de impunidade desse grupo".

O secretário de segurança também informou que o pistoleiro tentou matar Décio Sá um dia antes, mas confundiu o jornalista com seu irmão. Na dúvida, abortou a ação criminosa.

Décio Sá denunciou a morte de Fábio Brasil

Operação Detonando
A polícia maranhense deflagrou a operação Detonando e prendeu sete pessoas envolvidas na morte por encomenda: o empresário Gláucio Alencar, suspeito de agiotagem em prefeituras no Maranhão; José de Alencar Miranda Carvalho, pai de Gláucio (os dois teriam pago pelas duas mortes); José Raimundo Chaves Júnior, o Bolinha, revendedor de veículos que seria intermediador do grupo e estaria marcado para morrer no último domingo; Fábio Aurélio do Lago e Silva (Buchecha), empregados de Bolinha, ambos paraenses; Airton Martins Monrroe; o capitão Fábio Aurélio Saraiva Silva, subcomandante do Batalhão de Choque da PM/MA; e Jhonatan Sousa Silva, o pistoleiro. Um dos presos possui dois carros Ferrari e apartamento no Rio de Janeiro. 

Na operação Detonando, a polícia encontrou na casa de agiotas documentos de prefeituras e indícios de novas ações criminosas. "A investigação irá aprofundar essa questão. Alguns crimes podem nem ser de competência da Polícia Civil do Estado e nós vamos repassar a Polícia Federal", declarou Alluísio Mendes. 

O pistoleiro entregou o esquema na condição de ter segurança de vida. A Secretaria de Segurança do Maranhão já buscou inclusive presídios federais de segurança máxima para proteger o acusado. "Sobre ele repousa um verdadeiro arquivo vivo. Estamos tomando toda a cautela necessária no sentido de preservar sua segurança", frisou o secretário. 

Fábio Lima
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