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"Ele só quer se passar por louco", dizem advogadas sobre ex-jogador

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As advogadas da família de Leoneide Ferreira, morta a facadas pelo ex-marido em setembro de 2009, consideram que as declarações do ex-jogador Edilson Rodrigues dos Santos fazem parte de uma estratégia para tentar provar insanidade. Laiane Oliveira e Joselda Nery afirmam que a vítima sofreu agressões durante os 15 anos de casamento.


"Ele disse que estava possuído, que foi bruxaria, para que as pessoas achem que ele é louco e assim ele se livra de uma prisão. Mas, nós estamos pedindo a condenação máxima, por homicídio qualificado. Ele já havia ameaçado a esposa várias vezes. Nos autos do processo, há depoimentos dele, nos quais ele diz: 'Se você se separar, eu te mato'", disseram as advogadas, em entrevista ao Jornal do Piauí desta sexta-feira (20).

Laiane e Joselda contaram detalhes de como o crime aconteceu e revelaram que um mês após a morte de Leoneide, o irmão dela, Manoel Ferreira de Andrade Neto, se suicidou.


"A Leoneide havia ido à casa de uma amiga e lá sofreu o atentado. Foi divulgado que ela levou 11 facadas, mas foram 18. Todos os orgãos importantes do corpo dela foram atingidos. Ela passou por várias cirurgias para conter as hemorragias e acabou morrendo 90 dias depois. Nesse período de internação, ela chegou a contar para as pessoas que se fingiu de morta para que a agressão parasse", relatou Joselda Nery.


As advogadas destacaram que antes do crime, em meados de 2008, a vítima registrou um Boletim de Ocorrência contra o ex-jogador, por agressão doméstica. "Esse B.O. encerrou com um acordo, no qual o acusado se comprometeu a não mais persegui-la, não mais ameaçá-la, mas ele não cumpriu. Nesse período, eles já estavam separados e Leoneide entrou, inclusive, com um pedido de reconhecimento da união estável e pensão alimentícia para os dois filhos", explicou Laiane Oliveira.

Após o crime, o acusado fugiu e foi encontrado no último dia 11 de julho, trabalhando como árbitro de futebol no Estado de São Paulo. Edilson Rodrigues assumiu a autoria do crime, mas alegou que foi possuído pelo demônio e vítima de bruxaria. 


"O Estado é laico. Essas declarações não poderão ser levadas em conta porque a Justiça trabalha com fatos. Imagine se todos os assassinos resolverem dizer que estavam possuídos? Isso não existe. É uma estratégia para ele passar por louco, mas ele não é. Ele só quer conseguir a liberdade", analisaram as advogadas, que trabalharão junto ao Ministério Público, na acusação do ex-jogador.


Jordana Cury
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