Em entrevista no Jornal do Piauí desta segunda-feira (24), o deputado estadual Robert Rios (PCdoB) defendeu a presença da Polícia Federal nas investigações da morte da estudante Fernanda Lages, prestes a completar dois meses e ainda um mistério. Ele ainda demonstrou temerosidade depois de conversar com os promotores Eliardo Cabral e Ubiraci Rocha, que acompanham o caso. Para o ex-secretário de Segurança, os representantes do Ministério Público não possuem informações suficientes para as declarações feitas na imprensa. 

"Eles não têm nada (...) Eu achava que aquela certeza na televisão viesse de uma convicção", disse Robert Rios, depois de prestar depoimento no Ministério Público. Ele endossou o depoimento de Bizet Castro, mãe do engenheiro Jivago Castro, sobre o contato mantido entre ela e o deputado em busca de informações que supostamente incluiriam o nome de seu filho nas investigações. "Nenhuma declaração de Bizet é mentirosa. Nem o Jivago mentiu e nem a Bizet mentiu. O que eles falaram foi verdade pura", declarou. O parlamentar ainda desmentiu que não conheça o engenheiro. "Eu estive com ele, como é que eu não conheço?".

Robert Rios ainda contestou os depoimentos tomados pelo Ministério Público. "Essa investigação paralela que doutor Eliardo faz com doutor Ubiraci não tem amparo no Direito", declarou. O ex-secretário de Segurança ainda disse ser impossível a Polícia Civil sofrer pressões políticas ao longo do inquérito. "Quem é que conseguiria salvar uma alma da Polícia Civil numa situação dessas? Quanto mais alta a autoridade, mais vulnerável ela é à atuação da Polícia". 

Por mais de cinco anos no comando da Polícia Federal no Piauí, Robert Rios sugeriu que a PF colabore com as investigações, em especial no trabalho de perícia. Para ele, é preciso perguntar por qual razão a estudante foi morta antes de buscar quem.