O secretário de segurança, deputado Robert Rios, afirmou ao Jornal do Piauí de hoje (09), que a intervenção nas delegacias e batalhões de polícia em Parnaíba não tem data para acabar. “Não temos pressa alguma de sair de Parnaíba”. 

A equipe comandada pelo Delegado Geral, James Guerra, instalou corregedores para investigar o ambiente policial. Os delegados titulares foram substituídos por outros. “A Secretaria de Segurança recebe muitas denúncias sobre a morosidade da polícia em Parnaíba, realmente é estranho que uma delegacia que registre 400, 500 boletins de ocorrência por mês tenha apenas quatro inquéritos instaurados”, disse Robert Rios. 

A intervenção também acontece em alguns batalhões. O corregedor da Polícia Militar, Coronel Sidney, também está em Parnaíba participando da operação. 

Ele conclamou a população a usar o Disque Denúncia. “Essa é a hora da população colaborar e reclamar”. A parceria com os órgãos da justiça é de fundamental importância para essas operações que a Secretaria de Segurança vem realizando em algumas cidades, a exemplo de Picos e Parnaíba. “A polícia sozinha não faz nada. Parcerias com a Polícia Federal, Ministério Público e Tribunal de Justiça são muito importantes para afirmar nossas ações”, afirmou Rios. 

Somente ontem foram executados 22 mandados de prisão. A Polícia também realizou barreiras e patrulhamento ostensivo. Segundo o secretário a população está satisfeita com a intervenção. “Nós devemos isso a população de Parnaíba: devolver a sensação de segurança para a cidade”. 

Roberto Rios afirmou ainda que o contingente policial de Parnaíba é maior do que em muitas delegacias de Teresina. “Vamos avaliar tudo, desde a estrutura física dos distritos, equipamentos até o efetivo. E não hesitaremos em fazer transferências ou remoções, se assim a avaliação da corregedoria disser que deve ser feito. Precisamos corrigir nossas estruturas internas”.

O secretário reconhece, no entanto, que o Estado tem sua parcela de culpa. “O efetivo policial de Parnaíba tem muitos problemas. São profissionais egressos sem concurso público, alguns sem nunca ter passado por uma academia de polícia, alguns com idade avançada e muitos vínculos. A estrutura física de algumas delegacias também não é das melhores. O ambiente precisa inspirar confiança para a população”, declarou.

Em relação a operação “Suricate” realizada ontem pela polícia na zona norte de Teresina, que até agora já prendeu 12 pessoas ligadas, o  secretário acredita que é uma questão de tempo até que o traficante Cleiton Ventão se entregue à Polícia. “Ele está numa situação muito delicada. Ontem era apenas um traficante. Hoje ele é traficante com um mandado de prisão em seu nome e foragido da polícia. Neste momento acreditamos que já esteja negociando com algum advogado a sua apresentação voluntária”, afirmou.