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Simplesmente cadastrar e punir os clubes não resolve

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Sempre que acontece alguma coisa de muíto grave no futebol brasileiro, são anunciadas as providências, mas sem resultados práticos. Os piores absurdos já foram praticados nos estádios dos mais diferentes pontos do país, sem que os responsáveis sejam punidos na medida certa. Já tivemos até assassinatos dentro e fora dos estádios. Há alguns anos, em final da Copa São Paulo de Futebol Juniores, mataram um torcedor a pauladas em pleno gramado do Pacaembu.



No Campeonato Brasileiro de 2013, vascaínos e corinthianos travaram uma batalha sangrenta no Mané Garrincha, em Brasília, inclusive com a participação de um torcedor que havia sido preso na Bolívia, acusado de participar da morte um jovem boliviano. A providência foi punir Vasco e Corinthians com perda de mandos de campo.

Não demorou, e tivemos a guerra em Joinville no decorrer da partida Vasco da Gama x Atlético do Paraná, com transmissão ao vivo pela TV para todo o Brasil. Prenderam uns poucos e logo soltaram. Os dois clubes vão cumprir punição no próximo Campeonato Brasileiro. Neste mês de janeiro, em João Pessoa, torcedores do Botafogo e do Sport Recife travaram mais uma batalha nas arquibancadas.

Muitas brigas são anunciadas pela Internet, com local e hora para começar. As provocações começam dias antes dos jogos. Após cada batalha, são realizadas reuniões e anunciadas as medidas imediatas: cadastramento de torcedores, ameaça de prisões, proibição de torcidas organizadas nos estádios etc. Em uma semana não se fala mais no assunto.

Imprensa e autoridades afirmam que "são bandidos infiltrados nas torcidas; não são torcedores, são criminosos etc." E os donos dessas torcidas organizadas não conhecem os seus integrantes ?

No caso piauiense, não foi a primeira vez que tivemos violência com o envolvimento da torcida chamada Esporão do Galo. Houve um conflito que resultou na morte de um torcedor do Parnahyba. Torcedores do Flamengo denunciaram várias vezes que teriam sido agredidos. Inclusive, uma torcida organizada do Flamengo iniciou um processo na Justiça,porém não tomamos conhecimento do resultado.

Domingo passado(26) consta que o ônibus da torcida parnaibana teria sido atacado na rua Jônatas Batista, antes do jogo. E terminado o jogo, lá estavam torcedores riverinos dentro de campo, chamando os adversários para a briga. E como eles foram parar no campo de jogo ?

O resultado de tudo isso tem sido um tremendo prejuízo para o futebol brasileiro. Os clubes não têm como "vigiar" torcedores e acabam punidos com perda de mando de campo, jogos sem público,com graves prejuízos financeiros. Os jogadores são prejudicados porque têm que realizar seguidas viagens e até financeiramente. Se há uma redução nas receitas dos empregadores, os empregados sofrem. Até mesmo nós da imprensa pagamos a conta na medida em que temos que gastar tempo e dinheiro para fazermos cobertura longe dos locais nos quais os jogos seriam realizados em situação normal.

Agora mesmo o Parnahyba e o Flamengo estarão jogando longe de Parnaíba e de Teresina na Copa do Brasil, por conta de atitudes irresponsáveis de torcedores. Aqueles que lançaram objetos no campo estão tranquilos e prontos para a próxima oportunidade. E nós vamos pagar a conta.

Até quando ?

Dídimo de Castro
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