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Solidariedade de moradora salvou 404 pessoas na tragédia de Algodões I

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Na última reportagem da série “Tragédia em Algodões”, da TV Cidade Verde, sobre o um ano de rompimento da Barragem Algodões I, na cidade de Cocal, o destaque é para a solidariedade no momento de dor. No “Auto da Neusa” como ficou conhecida a casa de dona Neusa, mais da metade das pessoas atingidas, 404 no total, encontraram um abrigo no primeiro dia.





Nos depoimentos ainda emocionados e traumatizados com o acontecimento, sobreviventes relatam o que viram e não esqueceram. “Eram mais de 400 pessoas, homens e mulheres caindo, rolando no chão, como se estivessem numa guerra. Numa guerra sem volta!”, comparou um dos sobreviventes.






Na primeira noite, a luta pela sobrevivência, uma semana sem energia e a procura pelos desaparecidos. Famílias separadas pelo leito que se formou entres as 13 comunidades devastadas até a vizinha Buriti dos Lopes.







Nos meses seguintes, a população ainda sofrida teve que conviver com as doenças provocadas pelas águas contaminadas: diarreia, hepatites, doenças de pele e outras pela ansiedade: hipertensão, alcoolismo e problemas cardíacos.





Mas no meio de tanta dor, uma única coisa chamou atenção: a solidariedade de uma mulher. Assim como a Arca de Noé acolheu os animais, dona Neusa acolheu as pessoas que conseguiam escapar das águas. “Na situação que estavam, assim como os animais desciam, as pessoas também iam descer se eu deixasse eles lá”, destacou dona Neusa.



No primeiro dia, 404 pessoas ficaram em sua casa. Nos 23 dias seguintes, 33 famílias, cerca de 270 pessoas continuaram por lá.



“Muito tempo antes, Deus já sabia que alguma coisa ia acontecer. Por isso, fez eu construir uma casa assim em cima do morro”, revelou. E mesmo morando apenas com um filho, ela construiu uma residência com oito quartos, uma imensa varanda e uma fonte de água mineral.





O Auto da Neusa se transformou no ponto de apoio para voluntários e distribuição de mantimentos, que agilizou o socorro às vítimas. Dona Neusa representou o bem, a solidariedade e o consolo em meio a tanta dor e sofrimento depois da tragédia.



 


Caroline Oliveira
com informações de Indira Gomes
[email protected]

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