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Taxista que atropelou adolescente está sofrendo ameaças de morte

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O presidente da Cooperativa Teletáxi, Pedro Ferreira, relatou que o taxista que atropelou o adolescente Paulo Patrick Silva Castro, 14 anos, durante a manifestação da última quarta-feira (26), está sofrendo ameaças de morte e teve que sair de casa, por medo de represálias.

Caroline Oliveira/Cidadeverde.com

"Nós recebemos três ligações ameaçadoras. Uma dizia que ele iria pagar o que tinha feito. Então, para a segurança dele, o tiramos de casa e o colocamos em outro local, mas à disposição da polícia", destacou Ferreira, acrescentando que o taxista de apenas 23 anos está muito abalado com o acontecido e teria tentado evitar o acidente.

"Ele disse que vinha com três passageiros, quando um trio atravessou na sua frente. Ele tentou desviar para a direita, mas acabou acertando o último adolescente que passava. A colisão foi entre o farol e o retrovisor esquerdo do veículo com o estudante. Ele disse que não teve culpa", explicou Pedro Ferreira.


O presidente disse ainda que o taxista ficou o tempo todo no local e que o carro foi retirado com autorização da Polícia Rodoviária Federal, já que a cooperativa temia a depredação do veículo. Ferreira ressaltou que o jovem está há seis anos na empresa, que é filho de outro taxista associado e que não tinha queixas de seu trabalho.

"Ele sabe o que aconteceu e está à disposição, para assumir qualquer que seja a decisão da polícia. Nós entendemos a dor da família do adolescente e também estamos à disposição para ajudar no que for preciso. Eu não atribuo essas ameaças a alguém da família, mas elas aconteceram e a polícia será informada", finalizou.

Família nega ameaças

O irmão de Paulo Patrick, Arthur Castro, 16 anos, rebateu as informações do presidente da Cooperativa, mas confirma que ligou para a empresa.

"Eu liguei para a Cooperativa e pedi para falar com o setor responsável. Repassaram a ligação para um senhor de nome Deusdete, que me atendeu bem e disse que iria falar com o presidente. Pediu que eu ligasse 15 minutos depois. Eu retornei a ligação e o Pedro foi arrogante comigo. Perguntou quem era e o que eu queria. Eu disse que era irmão do Paulo e que queria saber o nome do taxista para repassar ao advogado e tomar as ações cabíveis. Eu não fiz ameaças, só disse que caso seja provado, alguma coisa ele vai responder. O presidente está querendo criar caso", explicou Arthur.

A versão do garoto foi confirmada pelo seu tio, Carlos Juremal, que disse acompanhar Arthur por todos os lugares, já que a mãe não está em condições emocionais. 


O advogado Walber Coelho vai acompanhar o caso a partir de agora e disse que as primeiras providências serão procurar a PRF para saber como está a confecção do Boletim de Ocorrência e catalogar gravações de câmeras de segurança e filmagens feitas por testemunhas para saber até que ponto vai a responsabilização do taxista.


"As informações que chegaram até mim foi de que, apesar de ter permanecido no local, ele não prestou socorro, não chamou a ambulância e até hoje não procurou a família. Queremos saber em qual velocidade ele estava, para saber se ele agiu com imprudência ou ingerência, já que a pancada foi muito forte", destacou o advogado.

Arthur explicou que a família deseja que o taxista seja responsabilizado pelo fato de não ter prestado socorro, de ter sido "indiferente", não mostrar solidariedade e não procurar os parentes ou o hospital para saber sobre o estado de saúde do adolescente. 

Flash de Caroline Oliveira
Redação de Jordana Cury
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