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Prova com texto homofóbico revolta estudantes de faculdade e Matizes

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“Deve se considerar também que a própria relação sexual entre homossexuais contraria a ordem das coisas relativa à sexualidade e genitalidade humana”. Este é apenas um trecho do texto que causou constrangimento aos alunos do curso de Serviço Social, durante a prova do semestre numa faculdade particular, que fez com que metade da sala abandonasse o exame.


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Parte dos alunos considerou o texto homofóbico e se recusou a terminar a prova nesta segunda-feira(6). O texto não tinha autor identificado e foi aplicado durante uma prova da disciplina de Metodologia Científica, no primeiro período do curso. Os universitários deveriam identificar partes do texto como tema, tese, argumento, etc, e fazer um pequeno resumo.


De acordo com uma das alunas da sala, que não quis se identificar, o texto causou incômodo nos estudantes. “Uma das minhas colegas perguntou ao professor se ele não achava que o texto era inadequado. Ele disse que não e que ela continuasse respondendo. Uma outra colega, que era homossexual, perguntou a ele se ele não achava que estava atingindo alguma pessoa da sala, ele perguntou se ela queria entregar a prova. E indignada nós começamos a sair da sala, acompanhando ela que estava chorando”, explicou.


Cerca 25 alunos da classe de 50 saíram em direção à coordenação pedagógica, que se solidarizou com a revolta dos alunos e que iria solicitar a ele para realizar uma nova prova.

Matizes


Marinalva Santana, do grupo Matizes



A coordenadora do grupo Matizes, Marinalva Santana, afirmou ao Cidadeverde.com que o texto apresentado na prova é de cunho homofóbico. “O texto trata a homossexualidade como algo anormal e foi usado dentro de uma universidade o que é preocupante. Mais preocupante ainda por se tratar de um curso de Serviço Social, que formará profissionais que atuam junto a pessoas carentes, homossexuais e outras minorias”, declarou.



Marinalva Santana disse que vai enviar um ofício à coordenação do curso, solicitando que providências sejam tomadas em relação ao que aconteceu.   


Confira o texto na íntegra:

UNIÃO CIVIL ENTRE HOMOSSEXUAIS
 
Assistimos à pouco tempo na novela da Rede Globo (Páginas da Vida) uma história na qual se mostra a "vida conjugal' entre homossexuais, inclusive havendo a pretensão dos mesmos adotarem filhos. Ao mesmo tempo, existe projeto na  Câmara dos Deputados em tramitação já há algum tempo para ser votado, visando  legitimar juridicamente o "vinculo conjugal”, que garantiria para os homossexuais os mesmos direitos dos casais heterossexuais.

Diante desta possibilidade de institucionalização do casamento para casais homossexuais, é importante colocarmos a grande responsabilidade dos deputados federais na tomada de decisão em relação ao objetivo de tal projeto. Em razão disto, é que nossos representantes, devem nesta decisão fundamentar-se na ética — que é a fonte do direito — e não simplesmente deixar-se conduzir pelos sentimentos em relação a essa causa, :ou a situação de discriminação, do qual são vitimas esse grupo social, que merece respeito: Em razão disso se faz necessário uma reflexão.

Sendo a vida conjugal uma forma de vivenciar a sexualidade a um nível de maior intimidade afetiva e física, incluindo uma de suas dimensões, que é a genitalidade - capacidade de utilização dos órgãos sexuais - não se pode deixar de reconhecer que no casamento, o aspecto unitivo, que é a manifestação de amor entre um homem e uma mulher, é o que possibilita a concretização de outro aspecto — não menos importante - que é a procriação: a geração de filhos para educá-los.

Contudo, em se tratando da "vida conjugar” entre os homossexuais, constata-se, que, embora o aspecto o unitivo se faça presente entre eles, não se realiza o aspecto procriativo já que este, decorre da união entre um homem e uma mulher e não entre duas pessoas do mesmo sexo. Por isso, essa pretensão entre os homossexuais não tem sentido, não devendo, portanto ser reconhecido juridicamente.

Deve-se considerar também, que a própria "relação sexual" que se estabelece entre os homossexuais contraria a ordem das coisas relativas à sexualidade e genitalidade humana. Sendo o ânus um órgão não receptor, como a vagina, mas expelidor de excrementos, não existem mecanismos facilitadores deste tipo de relação, pois não há nenhuma substância líquida, como no órgão feminino, que possibilite uma relação satisfatória.

Também, por ser uma relação cuja posição não é face a face, mas ao contrário, no mais puro estilo animal, não tem como se expressar o amor de uma pessoa pela outra, já que esta posição revela mais uma instrumentalização do outro, a mera busca do prazer.


 

Flash de Carlos Lustosa
Redação Caroline Oliveira
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