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Viva Piauí 2013 : Sebastiana, a agricultora que virou sanfoneira

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A sanfona é um símbolo da nordestinidade. A luta pela sobrevivência no sertão também. Às vezes elas andam juntas em uma canção, mas elas se personificaram na história da sanfoneira de São Raimundo Nonato, Maria Sebastiana Torres da Silva, de 52 anos. A uma infância sofrida, a lida na roça e a criação dos filhos são páginas da vida desta mulher sertaneja que peleja com as adversidades, mas conseguiu realizar seu sonho de tocar o fole e dar uma vida melhor para a sua família.

Raoni Barbosa/CidadeVerde.com

“Desde criança eu sempre quis uma sanfona. Eu pedi para o meu pai, mas o primeiro presente que ele me deu foi uma enxada. Eu chorei. Essa foi a caneta que ele me deu e o caderno foi o chão”, relembra.


Sebastiana conta que mesmo criança não desistiu de aprender a tocar sanfona, como os seus irmãos. “Lá em casa tinha uma sanfona velha que estava suja, encostada, com teia de aranha e rasgada pelos ratos. Eu pegava ela, botava em um banco, subia num tamborete pra ficar da mesma altura e puxava o fole e mexia no baixo”, conta. Ela diz que tentava tirar as músicas que escutava em um radinho de pilha.


Com o passar do tempo, Sebastiana foi se aprimorando e começou a tocar em festas para ganhar dinheiro. “Várias vezes estava tocando quase pra parir e descansava (dava à luz) no dia seguinte”, conta. A sua história, fascinante e mitológica ao mesmo tempo, tem um quê de odisseia que já lhe levou a ser destaque de vários programas de tevê por todo o Brasil.

E foi assim, trabalhando em casa, na roça e nos palcos, que a sanfoneira conseguiu criar sete filhos e doze netos, dos quais seis ainda é responsável. Dois de seus filhos lhe acompanha: Marciel, no triângulo e teclado, e Júnior, na voz e zabumba.






Carlos Lustosa Filho

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