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Ex-jogador a júri diz que esposa morreu por negligência

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Atualizada às 17h30 (horário local)

A defesa do réu está sendo feita pelo advogado Dimas Batista. O julgamento está no momento do debate entre promotoria e defesa. O advogado do réu alega que a vítima morreu em decorrência de uma infecção hospitalar e que por isso seu cliente deve ser julgado por lesão corporal seguida de morte, não por homicídio. 

“A esposa dele só morreu três meses depois. Então foi por complicações já no hospital. Mas se vocês do júri não aceitarem essa tese farão justiça se julgarem que Edilson cometeu privilegiado”, disse o advogado.

A defesa explicou também que homicídio privilegiado é aquele cometido quando o autor foi provocado pela vítima, agindo sob forte emoção. “A vítima provocou Edilson quando saiu de casa para ir ao bairro Porto Alegre [bairro onde morava amiga Eva Vilma]. Essa foi a primeira vez que ela saiu de casa depois da separação, então, com todo respeito a família, eu posso afirmar que Leoneide provocou o marido e que ele não estava em seu estado normal quando cometeu o crime”, enfatizou Dimas Batista. 

A defesa ainda tem 30 minutos para explanar suas teses. Em seguida o julgamento passará para fase de réplicas e tréplicas. 

Atualizada às 17h30 (horário local)

O ex-árbitro e ex-jogador de futebol Edilson Rodrigues dos Santos, acusado de matar a esposa a facadas, foi ouvido por volta de meio-dia no Tribunal do Juri. Ele confessou o crime, mas afirmou que estava possuído no momento em que esfaqueou Leoneide Ferreira e que a vítima não morreu por conta das perfurações, mas por negligência do Hospital de Urgências de Teresina (HUT), onde ficou internada por meses.

Fotos: Evelin Santos / Cidadeverde.com

O acusado afirmou também que portava uma faca para se defender dos irmãos de Leoneide, que estariam o ameaçando de morte. "Eu vi que tinha alguém chegando, mas não vi quem era, pensei que fosse algum irmão dela. Acertei minha esposa sem intenção. Foi sem querer", disse. "Mas, ela não morreu pelas facadas, morreu porque alguma coisa aconteceu no hospital. Ela não foi bem atendida pelos médicos", defendeu-se.

O réu negou as acusações de cárcere privado e não assumiu ser um marido violento. "Eu amava a minha mulher, mas estava cego de ciúmes. Ela ficava do meu lado porque queria, eu não obrigava. Eu também sempre cuidei dos meus filhos porque ela sempre estava na rua", contou.

O julgamento deve se estender pelo menos até o início da noite desta sexta-feira (30). Às 13h30, o juiz Antônio Noleto, que preside o julgamento, deu recesso de 20 minutos para o almoço, mas o julgamento já foi retomado. 

Vilma foi ouvida

A delegada da Mulher Vilma Alves foi uma das testemunhas do julgamento. Ela presidiu o inquérito contra o acusado nos anos de 2005 a 2008 e foi a autora do relatório sobre o homicídio. 


Em depoimento, Vilma afirmou que Leoneide Ferreira era uma mulher trabalhadora, que fazia artesanato para sustentar os filhos. A delegada confirmou as acusações de cárcere privado e se disse "revoltada" quando a Justiça mandou soltar Edilson na primeira vez em que ele foi preso.

"Em 2005, a própria irmã do acusado registrou o primeiro Boletim de Ocorrência. Ela denunciou que Edilson mantinha a mulher trancada em um quarto. Fomos verificar e era verdade. Mandei prender. Ela [Leoneide] contou para mim que não podia colocar nem a cara na janela. Ele foi preso, mas a juíza que julgou o caso substituiu a prisão por tratamento no hospital Areolino de Abreu, fiquei revoltada", disse Vilma.

A delegada disse ainda que não percebeu nenhum sinal de loucura no réu. "A ida ao Areolino foi uma estratégia da defesa. Para mim ele não é louco, não vi sinal de demência e achei estranha a decisão".

Vilma destacou que a vítima, quando soube que o réu sairia do hospital, pediu ajuda na delegacia. "Lembro bem. Ela disse assim: 'O Edilson vai me matar'. Eu aconselhei ela a viajar, ir embora, mas ela se preocupou com os filhos", explicou.

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Jordana Cury
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